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Justiça dá início ao julgamento de laboratório acusado de infectar órgãos com HIV no Rio de Janeiro.

O julgamento ainda não tem data para ser concluído. Após a coleta de depoimentos das testemunhas, os réus serão interrogados.

24/02/2025 às 14h37
Por: André Patchello
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Justiça dá início ao julgamento de laboratório acusado de infectar órgãos com HIV no Rio de Janeiro.

A Justiça do Rio de Janeiro deu início, nesta segunda-feira (24), ao julgamento do caso envolvendo órgãos para transplante infectados com HIV no laboratório PCS Labs Saleme. A primeira audiência de instrução, realizada na 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, visa ouvir os depoimentos de testemunhas do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e das defesas dos seis réus, que enfrentam acusações de associação criminosa, lesão corporal e falsidade ideológica.

O caso ganhou destaque em setembro do ano passado, quando um paciente transplantado começou a apresentar sintomas neurológicos e testou positivo para HIV, vírus que não possuía antes da cirurgia. A investigação revelou que o laboratório PCS Labs Saleme falsificou os resultados dos exames de doadores de órgãos, liberando para transplante órgãos contaminados com o vírus HIV.

De acordo com o MPRJ, os réus tinham "plena ciência" de que os pacientes transplantados recebem medicamentos imunossupressores, o que torna a aquisição de qualquer doença, especialmente o HIV, "devastadora". A denúncia também ressalta que as filiais do laboratório operavam sem alvará e licença sanitária, e a Vigilância Sanitária encontrou 39 irregularidades durante uma inspeção, incluindo sujeira e presença de insetos mortos.

A investigação identificou dois exames falsificados do laboratório. O primeiro, realizado em janeiro, liberou para transplante rins, fígado, coração e córneas de um doador com resultado negativo para HIV. No entanto, uma contraprova da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) detectou o vírus em amostras dos órgãos. Os receptores dos rins foram infectados pelo HIV, enquanto o receptor da córnea não contraiu o vírus. O receptor do fígado faleceu logo após o transplante, mas sua morte não foi atribuída ao HIV.

O segundo exame falsificado, realizado em maio, também liberou órgãos de outro doador que resultaram na infecção de um paciente transplantado.

O julgamento ainda não tem data definida para a conclusão. Após a coleta dos depoimentos das testemunhas, os réus serão interrogados.

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