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História do Cinema Brasileiro

A história do cinema no Brasil inicia-se em julho de 1896, quando ocorre a primeira exibição cinematográfica do país, na cidade do Rio de Janeiro.

25/02/2025 às 11h07 Atualizada em 25/02/2025 às 11h26
Por: Valber Oliveira Fonte: https://www.todamateria.com.br/historia-do-cinema-brasileiro/
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Valber Oliveira / Rede Mult de Comunicação
Valber Oliveira / Rede Mult de Comunicação

A História do Cinema Brasileiro

A história do cinema no Brasil inicia-se em julho de 1896, quando ocorre a primeira exibição cinematográfica do país, na cidade do Rio de Janeiro. Globalmente, o cinema teve seu começo em dezembro de 1895, em Paris, com a apresentação do filme "Saída dos Trabalhadores da Fábrica Lumière", produzido pelos irmãos Lumière. Nos seus primórdios, o cinema era mudo, e só na década de 1930 surgem os filmes falados.

Um Breve Resumo da História do Cinema no Brasil

Após a estreia cinematográfica no Brasil em 1887, a primeira sala de cinema aberta ao público foi inaugurada na capital carioca, graças ao incentivo dos irmãos italianos Paschoal e Affonso Segreto. Reconhecidos como os pioneiros do cinema nacional, eles registraram a Baía de Guanabara em 1898, sendo considerados os primeiros cineastas do Brasil. No ano seguinte, Paschoal Segreto filmou a celebração da unificação da Itália em São Paulo. Contudo, a primeira sala de cinema de São Paulo, o Bijou Theatre, só foi inaugurada no início do século XX.

Um dos principais desafios que a produção cinematográfica enfrentou no Brasil foi a falta de eletricidade, que foi superada em 1907 com a instalação da Usina Ribeirão de Lages, no Rio de Janeiro. Com essa melhoria, o número de salas de cinema no Rio aumentou consideravelmente, atingindo cerca de 20.

Século XX e a Expansão do Cinema Brasileiro

No início, as produções cinematográficas eram em sua maioria documentais. Em 1908, o cineasta luso-brasileiro António Leal lançou "Os Estranguladores", considerado o primeiro filme de ficção brasileiro, com duração de 40 minutos.

Entretanto, após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o cinema brasileiro enfrentou uma grave crise, dominado por produções norte-americanas que enfraqueceram o cinema nacional. Em contrapartida, nas décadas de 1920 e 1930, o cinema brasileiro experimentou uma significativa expansão, impulsionada pela publicação de revistas como "Para Todos", "Selecta" e "Cinearte", além do surgimento de produções que se espalharam por diferentes regiões do país, conhecidas como ciclos regionais.

Foi na década de 1930 que surgiu o primeiro grande estúdio cinematográfico do Brasil, a "Cinédia". Entre as obras mais notáveis desse período estão "Limite" (1931), de Mario Peixoto; "A Voz do Carnaval" (1933), de Ademar Gonzaga e Humberto Mauro; e "Ganga Bruta" (1933), também de Humberto Mauro.

A Atlântida e as Chanchadas

Na década de 1940, emergiram os gêneros das "chanchadas", que eram filmes cômicos-musicais de baixo orçamento. Esse estilo ganhou destaque com a fundação da Atlântida Cinematográfica, em 18 de setembro de 1941, no Rio de Janeiro, por Moacyr Fenelon e José Carlos Burle. Entre os principais atores da Atlântida estavam Oscarito, Grande Otelo e Anselmo Duarte. As chanchadas mais notáveis incluem "Moleque Tião" (1941), "Tristezas Não Pagam Dívidas" (1944) e "Carnaval no Fogo" (1949).

Criação da Vera Cruz

Em 1949, foi estabelecido o estúdio Vera Cruz, que buscava seguir os moldes do cinema americano e produzir filmes mais sofisticados. Mazzaropi destacou-se como o artista de maior sucesso do estúdio. A Vera Cruz foi um marco na industrialização do cinema nacional, com o filme "O Cangaceiro" (1953) sendo o primeiro brasileiro a conquistar um prêmio no Festival de Cannes. Em 1954, com a falência da Vera Cruz, surgiu o primeiro filme brasileiro colorido, "Destino em Apuros", dirigido por Ernesto Remani. Vale ressaltar que, em 1950, foi criada a primeira emissora de televisão do Brasil, a Tevê Tupi, e muitos atores da Vera Cruz começaram a atuar na emissora.

Cinema Novo

O Cinema Novo, de caráter revolucionário, consolidou-se nos anos 1960, abordando temas sociais e políticos. Na década de 1950, já haviam sido produzidos filmes que eram considerados precursores desse movimento, como "Rio 40 Graus", de Nelson Pereira dos Santos. O Cinema Novo destacou-se com as produções do cineasta baiano Glauber Rocha, como "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (1964) e "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro" (1968).

Criação da Embrafilme

Em 1969, foi criada a Embrafilme (Empresa Brasileira de Filmes), que operou até 1982. Fundada em um contexto de ditadura militar, a iniciativa recebeu apoio governamental para utilizar o cinema como uma ferramenta de controle estatal, financiando produções e favorecendo o cinema nacional.

A Boca do Lixo e as Pornochanchadas

No início dos anos 1970, em São Paulo, o movimento “Boca do Lixo” produziu filmes de baixo custo conhecidos como pornochanchadas, que eram inspirados nas comédias italianas e possuíam forte teor erótico. Esse gênero fez enorme sucesso comercial no Brasil, com destaque para "A Viúva Virgem" (1972), do cineasta Pedro Carlos Rovai. Contudo, na década de 1980, a pornochanchada começou a declinar, perdendo audiência para filmes pornográficos de maior apelo. Apesar disso, produções como "Dona Flor e Seus Dois Maridos" (1976), de Bruno Barreto, atraíram mais de 10 milhões de espectadores. Além disso, as comédias com a turma dos Trapalhões também conquistaram um grande público.

No final da década de 1980, o documentário "Ilha das Flores" (1989), de Jorge Furtado, também se destacou. Com a chegada de Fernando Collor ao poder, a crise do cinema se agravou, resultando na extinção do Ministério da Cultura e no fechamento da Embrafilme, do Concine e da Fundação do Cinema Brasileiro.

Cinema de Retomada

Foi apenas na segunda metade da década de 1990 que o cinema brasileiro começou a se reerguer, período que ficou conhecido como "Cinema de Retomada". A produção de novos filmes cresceu, acompanhada pela criação de festivais e pela implementação de novas políticas, como a "Lei do Audiovisual". Em 1995, o cinema brasileiro começou a emergir da crise com "Carlota Joaquina, Princesa do Brasil" (1994), de Carla Camurati, o primeiro filme realizado sob a nova legislação. Destaque também para "O Quatrilho" (1995), de Fábio Barreto, e "O Que é Isso, Companheiro?" (1997), de Bruno Barreto.

Século XXI e a Pós-Retomada do Cinema

No início do século XXI, o cinema brasileiro voltou a ganhar reconhecimento internacional, com diversos filmes sendo indicados a festivais e ao Oscar. Exemplos incluem "Cidade de Deus" (2002), de Fernando Meirelles; "Carandiru" (2003), de Hector Babenco; "Tropa de Elite" (2007), de José Padilha; e "Enquanto a Noite Não Chega" (2009), de Beto Souza e Renato Falcão. Com a introdução de novas tecnologias, como o 3D, a quantidade de produções e salas de cinema no país continuou a crescer, e alguns pesquisadores passaram a denominar esse período como a pós-retomada do cinema brasileiro, em que a indústria cinematográfica se consolidou.

 

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Valber Oliveira
Sobre Valber Oliveira é um profissional multifacetado, atuando como professor, ator e produtor. Com uma paixão inabalável pela cultura, ele se dedica a projetos sociais que visam promover a inclusão e o desenvolvimento comunitário. Valber é um dos idealizadores do projeto "Preservar", que busca valorizar e proteger o patrimônio cultural, além de ser um dos criadores da "Academinha Mirim de Letras", uma iniciativa que incentiva a educação e a criatividade entre os jovens. Sua atuação destaca-se pelo compromisso em transformar vidas por meio da arte e da educação.
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