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Geral Nas mãos do Supremo

STF analisa restrição de idade para laqueadura e vasectomia

Julgamento no STF discute regras atualizadas para laqueadura e vasectomia, com idade mínima de 21 anos

12/03/2025 às 12h30
Por: Frank Ferreira Fonte: Rede Mult de Comunicação
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A idade mínima para procedimentos de esterilização pode ser reduzida para 18 anos. Foto: Marcello Casal/Agência Brasil
A idade mínima para procedimentos de esterilização pode ser reduzida para 18 anos. Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou, nesta quarta-feira (12), um julgamento de grande impacto social que pode transformar as regras para a esterilização voluntária no Brasil. A discussão central gira em torno da possibilidade de reduzir a idade mínima para a realização de procedimentos como laqueadura e vasectomia, potencialmente permitindo que jovens a partir dos 18 anos tenham acesso a esses métodos contraceptivos.

O que está em jogo:

  • A lei atual:
    • A Lei do Planejamento Familiar (Lei nº 9.263/96) estabelece critérios restritivos, exigindo que a pessoa tenha pelo menos 25 anos ou dois filhos vivos para se submeter à esterilização.
    • Além disso, a legislação prevê a necessidade de consentimento do cônjuge em casos de sociedade conjugal.
    • Contudo, a lei 14.443/2022 promoveu alterações na norma original sobre o tema. A autorização para realização da laqueadura foi retirada, e a idade mínima passou para 21 anos. Contudo, a restrição do método continuou condicionado ao número mínimo de dois filhos

JULGAMENTO NO STF

O julgamento no STF sobre as regras para esterilização voluntária, como laqueadura e vasectomia, tem gerado grande expectativa e debate. Para entender o contexto, é importante conhecer os principais pontos em discussão:

Início do julgamento e votos:

  • O julgamento teve início em 2024, com o voto do relator, o ministro Nunes Marques, que defendeu a derrubada da exigência de idade mínima ou do número de filhos para a esterilização, desde que a pessoa tenha plena capacidade civil.
  • Além disso, propôs a exclusão da expressão "com vistas a desencorajar a esterilização precoce" do texto legal.
  • O ministro Flávio Dino acompanhou o relator, mas o julgamento foi interrompido em 6 de novembro de 2024, após pedido de vista do ministro Cristiano Zanin.

Posicionamentos:

  • Procuradoria-Geral da República (PGR):
    • Manifestou-se favorável à ação, defendendo a inconstitucionalidade das exigências da lei.
  • Advocacia-Geral da União (AGU):
    • Considera que as regras atuais são válidas e não devem ser alteradas.

Pontos-chave do debate:

  • Autonomia reprodutiva:
    • A discussão central gira em torno do direito dos indivíduos de decidirem sobre seus próprios corpos e sua capacidade de reprodução.
  • Idade mínima:
    • Um dos pontos mais polêmicos é a definição da idade mínima para a realização dos procedimentos, com propostas para reduzir ou eliminar essa restrição.
  • Consentimento do cônjuge:
    • A necessidade de consentimento do cônjuge também é questionada, com argumentos de que essa exigência viola a autonomia individual.

Relevância do julgamento:

  • A decisão do STF terá um impacto significativo nos direitos reprodutivos dos brasileiros, especialmente dos jovens.
  • O resultado do julgamento poderá alterar as políticas de planejamento familiar no país.
  • O julgamento tambem levanta questões importantes sobre o papel do Estado na regulamentação da vida privada e a necessidade de garantir a liberdade de escolha dos cidadãos.

Para acompanhar o andamento deste julgamento e obter informações atualizadas, é recomendável consultar fontes oficiais do STF e veículos de comunicação confiáveis.

Informações adicionais:

  • É importante ressaltar que a Lei nº 14.443/2022 alterou as regras anteriores, estabelecendo a idade mínima de 21 anos para a realização de laqueadura e vasectomia, e eliminando a necessidade de consentimento do cônjuge.
  • Apesar da recente mudança na lei, o STF ainda analisa a constitucionalidade das regras para a esterilização voluntária.
  • A decisão do STF poderá levar a novas mudanças na legislação, impactando o direito ao planejamento familiar e a autonomia reprodutiva dos jovens no Brasil.
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