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Política Fusão em andamento

PSDB, Podemos e Solidariedade avaliam fusão e podem mexer com o equilíbrio de força partidária no Ceará

Nacionalmente, em exercício, a bancada do PSDB tem 13 deputados, a do Podemos tem 14 parlamentares e a do Solidariedade tem 5

13/03/2025 às 10h07 Atualizada em 13/03/2025 às 10h25
Por: Frank Ferreira Fonte: DN/ Rede Mult de Comunicação
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Ozires Pontes e Bismarck Maia comandam o PSDB e o Podemos no Ceará Foto: André Lima/CMFor
Ozires Pontes e Bismarck Maia comandam o PSDB e o Podemos no Ceará Foto: André Lima/CMFor

A possível fusão entre PSDB, Podemos e Solidariedade está em andamento, com negociações avançadas. Essa união tem como objetivo fortalecer os partidos no cenário político nacional, visando a sobrevivência e a relevância em futuras eleições. No Ceará, essa fusão pode ter um impacto significativo, especialmente devido à força histórica do PSDB no estado.

O PSDB, com seu histórico de relevância tanto no Ceará quanto no cenário político nacional, se destaca entre os três partidos que negociam a fusão. Esse histórico, torna o PSDB um ator importante nas discussões sobre a possível fusão com Podemos e Solidariedade. A trajetória do partido pode influenciar a forma como a fusão se concretizará e o papel que o novo partido desempenhará no cenário político.

Atualmente, o Presidente estadual da legenda e Prefeito de Massapê, Ozires Pontes, disse que a legenda estava “prestes a ser sepultada” e, hoje, “é um partido que está sendo procurado por todas as outras forças políticas”.

 

“As tratativas são no sentido de uma fusão, mantendo nossa história, nosso legado e nosso programa. Buscamos uma proposta de fusão que nos coloque na ponta de um projeto político de centro para as eleições de 2026, com reflexos positivos para o Ceará também. O PSDB está bem vivo e tem muito a contribuir com o nosso Estado e País”
Ozires Pontes
Presidente do PSDB Ceará
 
Discurso este, também reforçado pela Presidente municipal do PSDB em Fortaleza, Kamyla Castro, segundo ela, diz que está, junto com os correligionários, “acompanhando com atenção as articulações conduzidas pelo presidente nacional Marconi Perillo e pela liderança do presidente estadual da Federação, Tasso Jereissati”. “O diálogo avança em busca da melhor convergência estratégica, sempre com respeito ao legado e aos princípios do nosso partido”, aponta.
 

Podemos e Solidariedade

No caso do Solidariedade e do Podemos, as siglas também têm representações discretas no atual cenário político cearense. O Podemos comanda duas cidades e o Solidariedade apenas uma.

Contudo, o Podemos exerce um papel estratégico no equilíbrio de forças estaduais. A sigla é comandada pelo ex-prefeito de Aracati, Bismarck Maia (Podemos), aliado de primeira ordem do senador Cid Gomes (PSB). O ex-mandatário municipal tem significativa força política no Litoral Leste do Estado, inclusive, ao lado dos dois filhos com mandatos eletivos: o deputado estadual Guilherme Bismarck (PSB) e o deputado federal licenciado Eduardo Bismarck (PDT), que é secretário de Turismo do Ceará.

Outro nome estratégico nos quadros do Podemos é o prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra. O político, eleito em 2020 e reeleito no ano passado derrotando nomes apoiados pela máquina estadual, tem aval da cúpula nacional da legenda para manter sua independência estadual— e oposição em períodos eleitorais — ainda que o partido seja comandado por um nome governista.

Assim como os tucanos, o presidente estadual do Podemos também é cauteloso ao tratar sobre as negociações de fusão.

 

“Existem tratativas nesse sentido e estão evoluindo, adiantadas, entre as duas direções, nacionais. Estamos acompanhando, mas é bom esperar o desfecho, pois em 2023 essas mesmas estiveram bem próximas de um resultado fusão e não prosperaram”

Bismarck Maia
Presidente do Podemos Ceará
 

O prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra, reforça que as conversas entre as cúpulas nacionais estão “bem avançadas” e a possibilidade de fusão “é muito grande”. 

“Temos que esperar para que isso se concretize, até porque, recentemente, houve outras possibilidades, conversas já foram muito adiantadas e acabou não vingando, então vamos aguardar se isso ao final vai dar certo ou não”, afirma.

“Caso venha a dar certo, eu vejo com bons olhos, porque ocorreria um fortalecimento natural do partido que sairia de 18 deputados federais para uma bancada de 30 deputados federais. Isso é muito importante do ponto de vista de força partidária, de tempo de TV, de fundo partidário, enfim, inquestionavelmente o partido se fortalece”, disse Bezerra. 

A ameaça da cláusula de desempenho

Atualmente, muitos partidos se movimentam para realizar fusões ou viabilizar ou desfazer federações tentando sobreviver ao pleito de 2026. A federação Psol-Rede, por exemplo, pode ser desfeita por iniciativa da Rede. O PV também pode deixar a federação com PT e PCdoB. Siglas como PDT, que tem 17 deputados; PSB, que tem 15; Avante, que tem sete; PRD, com 5; e Novo, que tem quatro; mantém tratativas intensas para em Brasília e nos estados para chegarem fortalecidos em 2026.

No caso do PSDB, o partido, atualmente, está federado ao Cidadania. A união foi concretizada em 2022 justamente para superar a cláusula de barreira. No pleito daquele ano, apesar de terem conseguido superar os valores mínimos, as duas siglas tiveram uma redução drástica de representatividade no País. No ano seguinte, PSDB e Cidadania avançaram em conversas sobre a possibilidade de fusão com o Podemos, o que não avançou. Mais recentemente, a fusão com o PDT e o Podemos também passou a ser cogitada, mas perdeu força.

Contudo, em 11 de outubro do ano passado, foi o Cidadania que decidiu dissolver a federação com os tucanos no próximo ano, assim que o prazo mínimo de 4 anos for alcançado. Com o fim dessa parceria, o PSDB busca o Podemos e o Solidariedade para uma ação mais drástica, a união definitiva entre as siglas. Nacionalmente, a bancada do PSDB tem 13 deputados em exercício, o Solidariedade tem cinco e o Podemos tem 14 parlamentares.

A fusão partidária mais recente no País ocorreu entre o PTB e o Patriota, que formaram o Partido Renovação Democrática (PRD). Anteriormente, outra fusão teve mais impacto no Ceará, a união do DEM com o PSL, que formou o União Brasil. À época, a nova sigla virou motivo de disputa entre as forças governistas e oposicionistas no Ceará. O ex-senador Chiquinho Feitosa (Republicanos), aliado fiel do ministro Camilo Santana (PT), articulou dominar a sigla, mas acabou derrotado pelo ex-deputado federal Capitão Wagner (União).

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