Em nota, o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) informou que "tornou pública no Diário da Justiça Eletrônico Administrativo, dessa segunda-feira (07/04), a perda do cargo de magistrado de Carlos Rodrigues Feitosa, decretada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ)"
O TJCE esclareceu ainda que já existe "uma ação judicial movida pelo Estado do Ceará em face de Carlos Rodrigues Feitosa, tendo por objeto a cassação da aposentadoria, todavia em decorrência de outra condenação imposta pelo STJ (na Ação Penal n°825/DF). O processo tramita na 12ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Fortaleza e encontra-se na fase de julgamento".
Em 2022, noticiamos que o Governo do Ceará deu entrada na Justiça com ação de cassação de proventos da aposentadoria do desembargador. Para o Governo, Feitosa deve ter os pagamentos da aposentadoria compulsória suspensos, porque cometeu crimes contra a administração pública, se valendo da função dentro do Tribunal.
Carlos Rodrigues Feitosa recebeu a sanção da aposentadoria compulsória duas vezes, em 2018 e 2021. Na primeira ocasião foi devido à venda de sentenças. A segunda aposentadoria compulsória determinada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi pela prática chamada de 'rachadinha', ocorrida de 2011 a 2015.
CONDENAÇÕES NA ESFERA CRIMINAL
Em 2019, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça condenou o desembargador pelo crime de corrupção passiva por venda de decisões liminares durante plantões judiciais.
Na sentença constava que ele deveria cumprir 13 anos, 8 meses e 2 dias de prisão, em regime fechado. Em 2021, ele conseguiu progredir para prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica.
Na última condenação, cujo trânsito em julgado ocorreu em março deste ano, o ex-desembargador foi sentenciado a pena de 3 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão, e multa de 30 (trinta dias-multa), ao valor de dois salários mínimos, em razão de "rachadinhas" (divisão de salário de funcionários).
FILHO DE EX-DESEMBARGADOR TAMBÉM FOI PRESO
No fim do ano passado, o advogado Fernando Carlos Oliveira Feitosa, filho do ex-desembargador foi preso por decisão da Justiça Estadual.
Como já publicado pelo Diário do Nordeste, Fernando Feitosa foi condenado a 19 anos e 4 meses de reclusão pelo crime de corrupção passiva, em uma sentença proferida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no dia 8 de abril de 2019. Na mesma sentença, o ex-desembargador Carlos Rodrigues Feitosa foi condenado a 13 anos e 8 meses de prisão.
Os dois, pai e filho, além de outros advogados, foram condenados pelo STJ no esquema da venda de liminares. Outros processos já foram julgados, mas ainda há alguns aguardando decisão judicial.