Filipe Luís sai em defesa de Bruno Henrique e critica influência das casas de apostas no futebol

O técnico do Flamengo, Filipe Luís, comentou nesta quarta-feira (16) o indiciamento do atacante Bruno Henrique pela Polícia Federal no caso de suposta manipulação esportiva. O treinador pediu que seja respeitado o direito à presunção de inocência do jogador, que ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.

Bruno Henrique entrou em campo no segundo tempo da goleada de 6 a 0 sobre o Juventude, no Maracanã, pela quarta rodada do Brasileirão 2025, e foi ovacionado pela torcida rubro-negra.

— Eu conversei com ele. Está absolutamente normal. Se apresentou com todos os companheiros, foi companheiro dos companheiros, amigo dos amigos. A única coisa que pedimos — e que ele deve pedir, mas eu peço por ele — é a presunção de inocência. Ele tem o direito de se defender das acusações. Enquanto estiver disponível, é um jogador muito, muito, muito importante — afirmou Filipe Luís.

Crítica às casas de apostas

Durante a coletiva, o técnico também aproveitou para abordar a crescente presença das casas de apostas no futebol, classificando o fenômeno como um novo vício social. Filipe citou um vídeo produzido por Diego Ribas, ex-jogador e hoje comentarista, como reflexo do que pensa sobre o tema.

— O que eu quero falar, o Diego já falou no vídeo. Quando eu era pequeno, via Fórmula 1 com meu pai e todos os carros tinham propaganda de cigarro. Hoje isso não pode mais. Já recebi várias ofertas para fazer propaganda de casas de apostas e recusei. Eu sei o dano que isso causa nas pessoas. É um vício, é uma droga. Daqui a 20 anos, vamos olhar para trás e perceber o quanto isso machucou tanta gente.

O treinador destacou ainda que os jogadores do Flamengo foram instruídos pelo clube sobre condutas relacionadas a apostas esportivas.

— O Flamengo deu uma palestra esse ano. Na Espanha, onde joguei, isso acontecia desde 2015. Os jogadores estão cada vez mais instruídos para não serem abordados e saberem o que podem ou não fazer — completou.

Público reduzido e Maracanã vazio

Filipe também comentou o público reduzido da partida — pouco mais de 31 mil torcedores, abaixo da média recente do clube. Segundo ele, a questão cabe à diretoria do Flamengo.— O que eu mais quero é o Maracanã lotado, nosso torcedor empurrando o time. Mas isso é assunto da diretoria. Nós, jogadores, queremos sentir o estádio vibrar. É o que nos motiva. Que a torcida nos acompanhe, precisamos muito deles — disse.

Após essas declarações, a assessoria do clube informou que o técnico responderia apenas a perguntas sobre o jogo, encerrando os questionamentos relacionados a Bruno Henrique e ao público no estádio.