Desde a saída de Renato Portaluppi, o Grêmio tem enfrentado grande dificuldade para manter estabilidade no comando técnico. A média de permanência dos treinadores que assumem o clube após o ídolo gremista é de apenas 100 dias, evidenciando o desafio de suceder o maior nome da história recente do Tricolor.
O último a entrar nessa estatística foi Gustavo Quinteros, demitido na noite desta quarta-feira após a goleada sofrida para o Mirassol no interior paulista. Quinteros ficou exatos 109 dias no cargo, desde o anúncio em 28 de dezembro de 2024 até sua saída em 16 de abril de 2025.
Julinho Camargo — 2 de julho a 4 de agosto de 2011: 33 dias
Enderson Moreira — 16 de dezembro de 2013 a 27 de julho de 2014: 223 dias
Tiago Nunes — 21 de abril a 4 de julho de 2021: 74 dias
Gustavo Quinteros — 28 de dezembro de 2024 a 16 de abril de 2025: 109 dias
Média: 109,75 dias
Enquanto os substitutos não conseguem se firmar, Renato Gaúcho segue sendo o técnico com os trabalhos mais duradouros no clube nos últimos anos. Sua última passagem, iniciada em setembro de 2022, se encerrou ao fim de 2024, em meio a uma reformulação profunda promovida pela diretoria. Antes disso, o treinador havia permanecido entre setembro de 2016 e abril de 2021, conquistando títulos importantes como a Copa do Brasil (2016), a Libertadores (2017), a Recopa Sul-Americana (2018) e cinco Campeonatos Gaúchos consecutivos.
Apesar do discurso inicial da atual gestão sobre a necessidade de paciência e tempo de adaptação para Gustavo Quinteros, a pressão por resultados e a rejeição da torcida acabaram antecipando a saída do treinador. A diretoria chegou a admitir que a ruptura após 2024 seria profunda, com mudanças em toda a estrutura de futebol, mas a expectativa por vitórias falou mais alto.
A demissão de Quinteros reacendeu os protestos da torcida. Na manhã desta quinta-feira, faixas de repúdio foram estendidas na Avenida Goethe, uma das mais tradicionais de Porto Alegre, cobrando mudanças na direção e critério na escolha do próximo treinador.
Enquanto isso, a busca por um novo nome já começou nos bastidores. A missão, porém, não será simples: além de comandar uma equipe em reconstrução, o próximo técnico terá o peso simbólico de mais uma vez substituir Renato Portaluppi — ídolo eterno da torcida e referência incontornável no banco de reservas gremista.
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