Os cem primeiros dias do segundo mandato de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos foram marcados por instabilidade nos mercados financeiros e crescentes sinais de deterioração econômica. O índice S&P 500, principal termômetro da bolsa americana, registrou uma retração de aproximadamente 9% desde o início do novo governo, configurando o pior desempenho da bolsa para o início de um mandato presidencial em mais de 50 anos.
A última vez que o mercado apresentou resultado tão negativo nos primeiros meses de uma presidência foi em 1974, sob a gestão de Gerald Ford, que assumiu a Casa Branca após a renúncia de Richard Nixon em meio ao escândalo de Watergate. Desde então, doze mandatos presidenciais – incluindo o primeiro governo Trump (2017–2021) – tiveram início com desempenho superior ao observado em 2025.
A reversão no mercado de capitais coincide com o aumento da incerteza em torno das diretrizes econômicas do novo governo. Prometendo uma “nova era de prosperidade americana”, o presidente Trump tem adotado uma retórica agressiva no campo do comércio internacional, com foco em medidas protecionistas e novos pacotes tarifários, apelidados por analistas de “tarifaço”. A política tem provocado reações adversas entre investidores e parceiros comerciais estratégicos.
Instituições financeiras de grande porte também demonstram preocupação. Relatórios recentes de bancos norte-americanos apontam para uma elevação das probabilidades de recessão no curto e médio prazo, impulsionada pela volatilidade nos mercados, retração de investimentos produtivos e queda na confiança empresarial.
A ausência de uma sinalização clara sobre a política fiscal e a condução da economia tem alimentado o pessimismo de analistas e agentes do mercado, que aguardam com expectativa os próximos movimentos do governo. A volatilidade permanece como um fator dominante nos mercados enquanto cresce a pressão para que a administração Trump apresente propostas concretas para reverter o quadro de desconfiança e declínio econômico.
Mín. 24° Máx. 29°