O Ministério Público do Ceará (MPCE) não apenas recomendou, mas também aprofundou a investigação sobre as graves irregularidades detectadas no processo seletivo para diretores escolares da Prefeitura de Apuiarés. A constatação de que mais de 70% das questões aplicadas no certame eram cópias idênticas de uma prova realizada em fevereiro deste ano – e que já havia sido anulada por inconsistências – acendeu um alerta no órgão fiscalizador. Para o MPCE, essa repetição configura uma "vantagem desproporcional" inaceitável para os candidatos que participaram de ambas as seleções, ferindo de morte os princípios da isonomia e da competitividade que devem reger qualquer concurso público.
No documento enviado à prefeitura, o Ministério Público detalha o impacto negativo dessa falha, ressaltando o prejuízo causado aos demais concorrentes que depositaram sua expectativa em um processo justo e transparente. A repetição massiva de questões não apenas facilitaria o desempenho dos candidatos "veteranos", mas também colocaria em xeque a real capacidade e qualificação dos futuros diretores para a gestão das escolas municipais.
Além de exigir a anulação imediata do seletivo e de todas as nomeações dele decorrentes, o MPCE determinou a abertura de um procedimento para apurar minuciosamente as circunstâncias que levaram à elaboração de uma prova com tamanha semelhança com o exame anterior. O foco da investigação recai sobre a atuação da banca organizadora, Ômega Comércio e Serviços LTDA, responsável pela formulação do conteúdo avaliativo. O objetivo é identificar se houve negligência, má-fé ou até mesmo conluio na produção das provas.
O tom do Ministério Público é firme, com a advertência de que o não cumprimento da recomendação dentro do prazo estipulado poderá acarretar em responsabilização por atos de improbidade administrativa e crimes contra a administração pública para os gestores municipais envolvidos. Essa postura demonstra a seriedade com que o MPCE está tratando o caso, sinalizando que não tolerará condutas que atentem contra a probidade e a legalidade na gestão pública.
A equipe de reportagem tentou contato com a Prefeitura de Apuiarés para obter um posicionamento oficial sobre a recomendação do Ministério Público e as medidas que serão adotadas. Até o momento, não houve retorno, mas a expectativa é que o Executivo municipal se manifeste em breve diante da gravidade da situação e da pressão exercida pelo órgão fiscalizador. A comunidade de Apuiarés aguarda ansiosamente por uma solução que restabeleça a confiança na administração pública e garanta um processo seletivo justo e equitativo para a escolha dos diretores escolares.
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