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56 crianças e adolescentes desaparecidos são localizados em Fortaleza nos quatro primeiros meses de 2025

A Polícia Civil reforça que, em caso de desaparecimento, não é necessário aguardar 24 horas para registrar o boletim de ocorrência

26/05/2025 às 09h20 Atualizada em 26/05/2025 às 16h08
Por: Rede Mult Fonte: Portal GC mais
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O Ceará é um dos dois únicos estados do país, além do Distrito Federal, que participam oficialmente do projeto Amber Alerts. Foto: Reprodução/ SENASP
O Ceará é um dos dois únicos estados do país, além do Distrito Federal, que participam oficialmente do projeto Amber Alerts. Foto: Reprodução/ SENASP

O trabalho da 12ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (12ª DHPP), responsável por investigar casos de pessoas desaparecidas em Fortaleza, resultou em 56 crianças e adolescentes que foram localizados com vida entre janeiro e abril de 2025. A delegacia é uma unidade especializada da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE).

O resultado é fruto de um conjunto de ações, que incluem capacitação dos policiais, adoção de procedimentos operacionais padrão e a realização de diligências imediatas logo após o registro do desaparecimento. Além disso, tecnologias como o Amber Alerts, ferramenta da Meta que divulga alertas no Instagram e Facebook, também são utilizadas como suporte nas buscas.

De acordo com a delegada Patrícia Aragão, titular da 12ª DHPP, os números expressivos de crianças e adolescentes encontrados não são fruto apenas da investigação, mas também de um trabalho preventivo e educativo. “Temos orientado a sociedade a procurar imediatamente a delegacia quando se tratar de pessoas desaparecidas. Aos poucos, estamos desmistificando a ideia de que é necessário esperar 24 horas para fazer o registro”, destaca.

A delegada ressalta, ainda, que o Amber Alerts é uma importante ferramenta tecnológica no auxílio das buscas, apesar de ter sido necessário em apenas um dos 44 casos registrados no primeiro quadrimestre de 2025, devido ao alcance rápido das informações por outros meios e pela colaboração fundamental da comunidade e das famílias. “Apesar de ser uma ferramenta poderosa, não substitui o papel essencial das informações repassadas pela própria comunidade”, afirma.

 

A Polícia Civil reforça que, em caso de desaparecimento, não é necessário aguardar 24 horas para registrar o boletim de ocorrência. Quanto mais rápido o registro, maiores são as chances de localização da pessoa desaparecida. O comunicado pode ser feito presencialmente na 12ª DHPP, que fica em Fortaleza, ou de forma online, por meio da Delegacia Eletrônica (Deletron).

O registro na Deletron é simples: basta acessar o campo específico de “Desaparecimento de Pessoa”, fornecer o máximo de informações possíveis e anexar uma foto recente da pessoa desaparecida. As informações também podem ser enviadas, de forma sigilosa, para o WhatsApp da delegacia no número (85) 3257-4807, que aceita fotos, vídeos e áudios.

Além do registro do desaparecimento, a polícia orienta que, quando a pessoa for encontrada, isso também deve ser comunicado à delegacia, para que os dados sejam atualizados. Esse fluxo de informação contribui diretamente na formulação de políticas públicas de prevenção e na análise dos perfis dos casos.

Amber Alerts no Ceará

O Ceará é um dos dois únicos estados do país, além do Distrito Federal, que participam oficialmente do projeto Amber Alerts, uma parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). A tecnologia, utilizada atualmente em 30 países, permite que alertas sobre crianças e adolescentes desaparecidos sejam enviados para usuários do Facebook e Instagram em um raio de até 160 quilômetros do local do desaparecimento.

 

O sistema exibe fotos e informações da criança e, se houver, dados de possíveis suspeitos, tornando-se uma ferramenta essencial para mobilizar rapidamente a população e potencializar as buscas.

O trabalho da 12ª DHPP ganha ainda mais relevância no mês de maio, quando se marca o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas, celebrado em 25 de maio. A data foi criada em memória do norte-americano Etan Patz, de 6 anos, que desapareceu em Nova York em 1979 enquanto voltava da escola. O caso gerou comoção internacional e deu origem a campanhas que estampavam fotos de crianças desaparecidas em caixas de leite nos Estados Unidos.

Em 1986, o então presidente americano Ronald Reagan oficializou o dia 25 de maio como a data mundial de combate e conscientização sobre o desaparecimento infantil — uma lembrança da importância da sociedade se manter atenta, vigilante e colaborativa.

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