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Humoristas se manifestam em defesa de Léo Lins após condenação por conteúdo preconceituoso

Artista foi sentenciado a oito anos e três meses de prisão por piadas com teor discriminatório em vídeo publicado no YouTube em 2022

03/06/2025 às 15h50 Atualizada em 03/06/2025 às 16h03
Por: Rede Mult Fonte: CNN
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Reprodução / Instagram
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A condenação do humorista Léo Lins, proferida pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, repercutiu amplamente entre colegas de profissão e o público. O comediante foi sentenciado a oito anos e três meses de prisão por conta de piadas com teor preconceituoso divulgadas em um vídeo publicado em seu canal no YouTube, em 2022.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o conteúdo do vídeo continha comentários considerados ofensivos a grupos minoritários, incluindo pessoas com deficiência, indígenas e populações periféricas. A publicação alcançou mais de três milhões de visualizações antes de ser retirada da plataforma.

A sentença, emitida na última sexta-feira (30), baseia-se na acusação de que o comediante infringiu dispositivos da Lei 7.716/1989, que trata dos crimes resultantes de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

Diversos humoristas saíram em defesa de Léo Lins, alegando que a decisão representa uma ameaça à liberdade de expressão artística. Parte da classe argumenta que o humor, mesmo quando ácido, deve ser protegido por sua natureza provocativa e crítica. Outros, no entanto, ponderam que o limite entre a sátira e a propagação de discursos discriminatórios precisa ser debatido com responsabilidade.

Essa não é a primeira vez que Léo Lins é alvo de críticas por seu estilo humorístico. O comediante é conhecido por abordagens consideradas controversas, tendo sido acusado anteriormente de fazer piadas ofensivas sobre pessoas com câncer, vítimas de tragédias e pessoas com deficiência. Em 2021, por exemplo, durante um show em Fortaleza, Lins foi amplamente criticado por um número em que ironizava uma criança com hidrocefalia, o que gerou indignação e protestos de entidades e familiares.

Apesar da condenação em primeira instância, a defesa do humorista já sinalizou que irá recorrer da decisão, sustentando que o material divulgado tinha caráter humorístico e que não houve intenção deliberada de ofender.

O caso reacende o debate sobre os limites da comédia no Brasil e os possíveis conflitos entre liberdade artística e proteção contra discursos discriminatórios.

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