A investigação da Polícia Civil do Ceará (PCCE) sobre uma colisão entre uma caminhonete e uma motocicleta, no bairro Meireles, em Fortaleza, na última quarta-feira (18), mudou de direção com a morte do jovem Kauã Oliveira Guedes, de 18 anos, na sexta (20). O empresário Rafael Elisario Ferreira, 41, passou a ser investigado por homicídio doloso no trânsito (quando há a intenção ou se assume o risco de matar).
A informação foi confirmada pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), em nota: "A Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) investiga as circunstâncias de um homicídio doloso no trânsito, ocorrido na última quarta-feira (18), no bairro Meireles - Área Integrada de Segurança 1 (AIS 1) de Fortaleza".
"Uma caminhonete colidiu contra uma motocicleta em um cruzamento do bairro. O condutor da moto, um homem, de 18 anos, e o garupeiro foram socorridos a uma unidade hospitalar, onde o primeiro foi a óbito nessa sexta-feira (20). Na ocasião, um homem, de 42 anos, foi preso em flagrante e colocado à disposição da Justiça. A 2ª Delegacia da Capital (DP) é a unidade da PCCE responsável pelas investigações", completou a Pasta.
é a pena de reclusão para homicídio simples, prevista pelo Código Penal Brasileiro.
Até a morte de Kauã na sexta-feira (20), o caso era tratado pela Polícia Civil como um crime de trânsito de "praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor" (sem intenção de provocar a lesão), com o agravante de dirigir alcoolizado. A pena prevista pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), para esse crime, é de 2 a 5 anos de prisão, e cabe fiança.
O juiz decidiu soltar Rafael Elisario mediante o pagamento de fiança no valor de 10 salários mínimos (o que totaliza R$ 15.180), na quinta-feira (19), em audiência de custódia realizada no Plantão Judiciário (já que era feriado). O valor foi pago pelo suspeito, e logo ele foi solto.
Nesta terça-feira (23), mostrou que Rafael Elisario Ferreira já era investigado pela Polícia Civil pelos crimes de estelionato e de praticar duplicata simulada, após uma denúncia do Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC).
A defesa de Rafael Elisario Ferreira não foi localizada pela reportagem para comentar sobre a morte de Kauã e o inquérito por homicídio doloso, nem sobre a denúncia de estelionato. O espaço segue aberto para futuras manifestações.
Kauã Oliveira Guedes e o amigo Igor Lima da Silva trafegavam em uma motocicleta, na Rua Oswaldo Cruz, quando sofreram uma colisão de uma caminhonete, que avançou a preferencial na Rua República do Líbano, por volta de 23h30 da última quarta-feira (18). Kauã ficou preso embaixo do carro, enquanto Igor foi arremessado contra uma árvore.
Os dois jovens foram levados ao IJF. Kauã teve uma parada cardíaca e precisou ser reanimado, após o acidente. O jovem lutou pela vida até sexta (20), quando foi confirmada a morte. Já Igor foi submetido a duas cirurgias e não tem previsão de alta, segundo informou a família do jovem, no último domingo (22).
O empresário Rafael Elisario Ferreira foi preso em flagrante por lesão corporal culposa no trânsito. De acordo com a Polícia Militar do Ceará (PMCE), ele apresentava sinais de embriaguez. Com o suspeito, foram apreendidos dois papelotes de cocaína, duas latas de cerveja e unidades de comprimidos psicotrópicos.
Vídeos do sistema de monitoramento da região mostraram que Rafael Elisario dirigia uma caminhonete em alta velocidade e avançou a preferencial, no cruzamento das ruas Oswaldo Cruz com República do Líbano. O carro do empresário quase atingiu um veículo onde estava uma família, antes da colisão com a motocicleta.
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