O delegado Luiz Alberto Braga, que atirou no ambulante Emmanuel Apory durante uma festa em Fernando de Noronha, virou réu por tentativa de homicídio duplamente qualificado e omissão de socorro.
A denúncia do Ministério Público foi aceita pela Justiça na última sexta-feira (20). Conforme decisão da juíza Fernanda Carvalho, o policial tem o prazo de dez dias para apresentar resposta à acusação.
O crime ocorreu no dia 5 de maio, durante uma roda de samba no Forte dos Remédios, que fica na ilha do litoral pernambucano. O ambulante de 26 anos foi atingido por disparos feitos pelo delegado da Polícia Civil e teve a perna direita amputada.
O delegado Luiz Alberto Braga não foi preso e responde o processo em liberdade. Ele foi afastado do cargo público até o fim do julgamento e teve o porte e o recolhimento de armas suspensos, além da suspensão dos direitos políticos.
Ainda haverá uma audiência de instrução e o réu deve ser interrogado na próxima fase do processo. As testemunhas também devem ser ouvidas para, posteriormente, o Ministério Público e a defesa apresentarem as alegações finais.
"Depois dessa fase, a Justiça vai decidir se o réu será levado a júri popular, se será absolvido ou se a denúncia será desclassificada para lesão corporal, em vez de tentativa de homicídio", disse a juíza.
O ambulante de 26 anos Emmanuel Apory foi baleado na perna após disparos feitos pelo delegado Luiz Alberto Braga, da Polícia Civil de Pernambuco, na madrugada do dia 5 de maio. O caso ocorreu durante uma roda de samba no Forte dos Remédios, que fica na ilha do litoral pernambucano.
Segundo testemunhas, o motivo da discussão se deu por ciúmes, pois o agente estava acompanhado de uma mulher. Ele estava na região cobrindo férias do titular da função.
O diretor do Forte dos Remédios, Ricardo Neves, afirmou que houve uma briga no banheiro.
"As informações que temos é que o motivo foi ciúmes de uma mulher que estava com o agressor. Nos vídeos, nós constatamos que o agressor deu um tapa e levou um tapa e depois disparou os tiros na perna da vítima”.
Em nota, a Polícia Civil informou que foi instaurado um inquérito que será conduzido pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Pernambuco.
A Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) também instaurou um procedimento preliminar e acompanha a investigação da policial.
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