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Polícia CGD em Ação

Polícia Penal do Ceará sob Holofotes: Ameaças e Fugas Revelam Desafios na Segurança Pública

Quatro policiais são investigados pela CGD por graves infrações, incluindo ameaça de morte a secretária municipal e facilitação de fuga de detento de alta periculosidade.

01/07/2025 às 11h51
Por: Frank Ferreira
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Os policiais penais serão investigados administrativamente na Controladoria Geral de Disciplina. Foto: Thiago Gadelha
Os policiais penais serão investigados administrativamente na Controladoria Geral de Disciplina. Foto: Thiago Gadelha

A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará (CGD) deflagrou investigações administrativas contra quatro policiais penais, cujos detalhes foram revelados no Diário Oficial do Estado (DOE) da última sexta-feira (27). As acusações pesam: um servidor é investigado por ameaçar de morte uma secretária municipal, enquanto os outros três são suspeitos de facilitar a fuga de um preso, expondo fissuras preocupantes no sistema prisional cearense.

 

Ameaça de Morte por WhatsApp: Policial Penal Afastado

O policial penal Fernando Cordeiro Rocha foi imediatamente afastado de suas funções por 120 dias, conforme portaria da DOE. A medida cautelar surge da grave suspeita de que ele ameaçou de morte uma secretária municipal de Ipu, no interior do Ceará, através de mensagens de WhatsApp, em 21 de junho de 2025.

A denúncia, formalizada em Boletim de Ocorrência na Polícia Civil do Ceará (PCCE), aponta para uma conduta que, segundo a CGD, viola supostamente os deveres e configura transgressões disciplinares do "Regime Disciplinar dos Policiais Penais e demais Servidores Públicos do Quadro Permanente da Secretaria da Administração Penitenciária do Estado - SAP". Os detalhes específicos da ameaça não foram divulgados, mantendo um véu de mistério sobre a motivação por trás do ato.

 

Fuga Audaciosa da Pefoce: O elo entre a custódia e a criminalidade

Em outro ponto da investigação, uma Sindicância Administrativa foi aberta pela CGD para apurar a conduta dos policiais penais Anderson da Silva Araújo, Jonathan da Silva Costa e Sandro Antônio Silva Santos. Eles são peças-chave na investigação sobre a facilitação da fuga de Francisco Sidney Filho Soares, um detento custodiado na Unidade Prisional Desembargador Francisco Adalberto de Oliveira Barros Leal (UP-Caucaia).

A fuga ocorreu em 19 de outubro de 2024, no prédio da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), em Fortaleza. Sidney, que estava no local para realizar um exame de corpo de delito com outros três internos – que teriam causado danos à estrutura prisional –, aproveitou um momento de descuido. Conforme o DOE, durante a retirada dos internos da viatura, "um dos internos acertou um chute na grade derrubando o PP Sandro, momento em que dois internos empreenderam fuga, sendo um recapturado, enquanto o de nome Sidney logrou êxito na fuga".

A recaptura de Francisco Sidney aconteceu um mês depois, em 25 de novembro de 2024. Ele e outro comparsa foram presos em flagrante, suspeitos de roubarem uma farmácia na Avenida Ulisses Guimarães, no bairro Parque Leblon, em Caucaia. Ambos já foram denunciados pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) pelo crime.

Os casos, que chocam a opinião pública, ressaltam a complexidade e os desafios enfrentados pelas forças de segurança no combate à criminalidade e na manutenção da disciplina interna. A CGD segue com as investigações para determinar a responsabilidade dos envolvidos e reafirmar a integridade dos órgãos de segurança do Estado.

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