Governo Lula Atraso na Criação da Autoridade Climática, Promessa de Campanha Continua Sem Cumprimento
Brasília, 9 de janeiro de 2025 — A criação da Autoridade Climática, uma das promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segue sem previsão para sair do papel, apesar das reiteradas declarações sobre a importância de uma política ambiental robusta para o Brasil. A expectativa de que o novo órgão fosse criado logo no início do governo não se concretizou, e, até o momento, não há um cronograma claro para sua implementação.
A proposta, que visa centralizar a gestão das políticas climáticas do país e promover a integração de ações governamentais em áreas como desmatamento, emissões de gases de efeito estufa e políticas de adaptação às mudanças climáticas, foi uma das principais bandeiras ambientais do presidente Lula durante a campanha de 2022. Especialistas apontavam a necessidade urgente de uma autoridade com autonomia e poder para coordenar as diversas frentes de combate às mudanças climáticas e preservar os compromissos assumidos pelo Brasil em acordos internacionais, como o Acordo de Paris.
No entanto, a criação da Autoridade Climática ainda está longe de se concretizar. Em entrevistas recentes, membros do governo reconheceram que o processo está demorando mais do que o esperado, mas alegam que o foco está em outras questões prioritárias da agenda econômica e social. Por outro lado, lideranças ambientais têm cobrado uma ação mais rápida, destacando que o Brasil, como um dos maiores emissores de carbono do mundo, precisa de um órgão com capacidade de gestão centralizada para enfrentar a crise climática de forma mais eficaz.
Tensão entre Expectativa e Realidade
Para a socióloga e ativista ambiental, Marina Silva (não confundir com a ministra do Meio Ambiente), a falta de um plano concreto para a criação da Autoridade Climática é preocupante. “O Brasil não pode perder mais tempo. O clima é uma questão transversal que afeta a economia, a saúde pública e a justiça social. A criação dessa autoridade foi prometida como uma prioridade, e é urgente que o governo federal cumpra sua palavra”, afirmou.
Além das questões internas, a criação da Autoridade Climática também tem sido vista como um passo importante para fortalecer a posição do Brasil nos fóruns internacionais de clima, particularmente com a crescente pressão global para a adoção de medidas mais rigorosas de mitigação das emissões de carbono.
Expectativa de Mudança
O Ministério do Meio Ambiente, liderado por Marina Silva, ainda não se posicionou oficialmente sobre uma nova previsão para a criação da Autoridade Climática, mas fontes no governo indicam que a proposta pode ser discutida nos próximos meses, possivelmente após a definição de outras prioridades legislativas.
Enquanto isso, a pressão sobre o governo para que cumpra suas promessas de combate às mudanças climáticas só tende a crescer, especialmente com a aproximação das próximas eleições municipais e o fortalecimento de movimentos ambientais em todo o país. As próximas semanas podem ser decisivas para determinar se o governo Lula conseguirá, de fato, avançar na criação desse órgão fundamental para o futuro ambiental do Brasil. (Fotos: Reprodução)
Mín. 24° Máx. 29°