Oposição Se Mobiliza em Protestos Contra Posse de Maduro na Venezuela
Caracas, 9 de janeiro de 2025 — A Venezuela se prepara para um novo capítulo de sua crise política, com a oposição saindo às ruas nesta Quinta Feira (09) para protestar contra a posse de Nicolás Maduro para um novo mandato, após uma eleição que continua sendo amplamente contestada pela comunidade internacional. A eleição, que garantiu a vitória do líder chavista, é vista como fraudulenta por diversos países e organizações, que questionam a legitimidade do processo eleitoral.
Maduro, que assumiu o poder pela primeira vez em 2013 após a morte de Hugo Chávez, está prestes a iniciar seu quarto mandato consecutivo, embora sua vitória nas urnas tenha sido marcada por alegações de fraudes, repressão à oposição e falta de transparência. O governo de Maduro enfrenta sérias acusações de violação dos direitos humanos e de manter a Venezuela mergulhada em uma profunda crise econômica e social, o que alimenta a resistência popular.
Líderes da Oposição Contestam o Resultado Eleitoral
A oposição venezuelana, formada por uma coalizão de partidos políticos e movimentos sociais, continua a rejeitar o resultado das eleições e não reconhece a legitimidade do novo mandato de Maduro. Entre os principais líderes opositores está Edmundo González, que se autoproclama vencedor das eleições e afirma que estará presente em Caracas para "assumir o poder". González e outros líderes opositores argumentam que a eleição foi manipulada e que os venezuelanos não tiveram a oportunidade de votar livremente devido ao controle do governo sobre as instituições e à repressão sistemática contra os adversários políticos.
"Maduro não tem moral para governar a Venezuela. Ele usurpou a democracia e agora tenta se perpetuar no poder através de uma eleição fraudulenta. Estamos aqui para garantir que o povo da Venezuela seja ouvido", declarou González, que deve liderar os protestos em Caracas durante a cerimônia de posse de Maduro.
Protestos Esperados em Todo o País
O clima nas ruas da capital venezuelana, Caracas, é de grande tensão. A oposição já convocou uma série de manifestações, e espera-se que milhares de pessoas se juntem às manifestações em todo o país. Os protestos têm como principal objetivo pressionar Maduro a abandonar o poder e pedir a realização de novas eleições, livres e justas.
Além dos manifestantes nas ruas, líderes opositores no exílio, incluindo o ex-presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, têm apelado à comunidade internacional para não reconhecer o novo mandato de Maduro. Países como os Estados Unidos, Brasil, e membros da União Europeia já declararam que não reconhecerão a eleição de 2024, acusando o governo venezuelano de fraudar o processo e de manter um regime autoritário.
Reações Internacionais
O cenário político na Venezuela também segue sendo acompanhado de perto pela comunidade internacional. Na véspera da posse, organizações internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA), e governos de diversos países, já se manifestaram contra a legitimidade do processo eleitoral. Washington, por exemplo, reiterou que continuará pressionando o governo de Maduro, impondo sanções e apoiando os esforços da oposição por uma transição democrática no país.
Ao mesmo tempo, aliados históricos do chavismo, como a Rússia e a China, continuam a apoiar Maduro, considerando-o o líder legítimo da Venezuela e reafirmando o compromisso com sua administração.
Um País Dividido
A Venezuela se encontra, assim, dividida entre o apoio ao governo de Maduro, que mantém a sua base de seguidores, e uma oposição forte e crescente que se opõe a qualquer tentativa de legitimização de seu novo mandato. A situação no país é ainda mais agravada pela grave crise econômica, com inflação galopante, escassez de produtos básicos e uma das piores crises humanitárias da história recente.
Enquanto a posse de Maduro se aproxima, o futuro político da Venezuela segue incerto, com a oposição prometendo intensificar sua resistência, e o governo reafirmando sua postura de permanecer no poder a qualquer custo. O que acontece nas próximas semanas será crucial para definir os rumos do país, que continua a ser um epicentro de conflitos políticos, sociais e econômicos na América Latina.