noticias31 Seja bem vindo ao nosso site Rede Mult de Comunicação!

Brasil

Mais de mil cidades no Brasil estão enfrentando condições de seca extrema ou severa

O levantamento foi feito pelo Cemaden, órgão vinculado ao governo federal que monitora desastres naturais.

Publicada em 24/07/24 às 08:17h - 34 visualizações

Marcos Carneiro / Rede Mult de Comunicação


Compartilhe
Compartilhar a noticia Mais de mil cidades no Brasil estão enfrentando condições de seca extrema ou severa  Compartilhar a noticia Mais de mil cidades no Brasil estão enfrentando condições de seca extrema ou severa  Compartilhar a noticia Mais de mil cidades no Brasil estão enfrentando condições de seca extrema ou severa

Link da Notícia:

Mais de mil cidades no Brasil estão enfrentando condições de seca extrema ou severa
Pantanal teve nove estádios em chamas por minuto em junho.  (Foto: Araquém Alcântara / Rede Mult de Comunicação)
Mais de mil cidades no Brasil estão enfrentando condições de seca extrema ou severa, de acordo com informações do Cemaden, órgão vinculado ao governo federal que monitora desastres naturais. Especialistas indicam que o país ainda não se recuperou dos efeitos da seca de 2023, e a estiagem atual está mais intensa e abrangente em comparação ao ano anterior.

O impacto da falta de chuvas é visível em todo o território nacional, exacerbando incêndios florestais que atingiram o maior número das últimas décadas. No estado do Amazonas, que ainda se recuperava de uma seca histórica, diversas comunidades já estão isoladas, sendo aconselhadas a estocar alimentos devido à escassez. Mais da metade das cidades brasileiras estão em estado de alerta devido ao ar seco.

O ano de 2023 foi marcado por recordes de calor e precipitação abaixo da média, fenômenos atribuídos ao El Niño e ao aquecimento dos oceanos. Embora o El Niño tenha cessado, seus efeitos persistem, com os primeiros seis meses deste ano registrando temperaturas recordes e chuvas abaixo do normal em grande parte do país, com exceção da região Sul.

A seca que assolou o Norte em 2023 teve repercussões em cadeia, exacerbando a falta de umidade que normalmente seria transportada para outras partes do Brasil. Este fenômeno contribuiu para a propagação da seca por diversas regiões.

O Cemaden classificou 1.024 cidades brasileiras como enfrentando seca extrema ou severa, um aumento significativo em relação ao mesmo período do ano anterior, quando apenas 45 cidades estavam nessa situação crítica.

No total, mais de três mil cidades estão afetadas por algum nível de seca, conforme o monitoramento do Cemaden.

Consequências pelo país

Os estados mais impactados incluem Amazonas, Acre, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, São Paulo e Tocantins. Nestas localidades, todas as cidades estão enfrentando algum grau de seca.

A falta de chuvas está afetando severamente o fornecimento de água, isolando regiões dependentes de transporte fluvial, e causando danos significativos à agricultura e pecuária em todo o país, além de comprometer a qualidade do ar.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), este ano registrou o maior número de focos de incêndio dos últimos 10 anos no Brasil.

"A seca que estamos observando é praticamente generalizada, impactando vários estados. O início do ano teve precipitação muito abaixo da média, do Norte ao Sudeste, o que agravou ainda mais a situação em relação ao ano passado, e já estamos vendo as consequências disso, desde problemas de abastecimento em algumas regiões até impactos significativos na agricultura", explica Marcelo Zeri, pesquisador de secas do Cemaden.

No Sudeste, São Paulo e Espírito Santo enfrentam as condições mais críticas. Em ambos os estados, todas as cidades estão sob algum nível de classificação de seca, seja ela extrema ou fraca.

São Paulo registrou em junho o maior número de focos de incêndio dos últimos dez anos. Com a vegetação mais seca, os incêndios se propagam rapidamente, contribuindo para a baixa umidade do ar e aumentando os riscos para a saúde da população.

Embora o nível do Sistema Cantareira, que abastece milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo, esteja atualmente em 63%, considerado satisfatório, especialistas alertam para a necessidade de cautela, pois a seca persistente pode se estender por meses.

Em Itu, no interior paulista, a prefeitura implementou intervenções nos reservatórios privados devido à escassez de água causada pela estiagem. Em Piracicaba, há um alerta devido aos baixos níveis dos rios.

No Espírito Santo, a seca severa está causando a diminuição dos níveis dos reservatórios, com o estado já enfrentando problemas significativos no fornecimento de água e na produção agrícola. As culturas de café, leite e seus derivados registraram prejuízos milionários.

A situação também é crítica no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, onde mais de 90% das cidades estão sofrendo com a seca. Em Minas Gerais, aproximadamente 20% dos municípios estão em situação de emergência, com sérios problemas no abastecimento de água.

Centro-Oeste

A seca nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul se manifestou em incêndios devastadores. Esses estados abrigam o Pantanal, conhecido por ser a maior planície alagável do mundo. No entanto, o rio Paraguai, vital para o bioma, está enfrentando o nível mais baixo de água registrado nos últimos quase 60 anos.

Essa condição tem permitido que o fogo se alastre pela vegetação, resultando no pior cenário de incêndios desde 1998, quando o Inpe começou a monitorar a área. A cada minuto, uma área equivalente a nove campos de futebol é consumida pelo fogo.

No Mato Grosso do Sul, o rio Perdido, com quase 300 quilômetros de extensão, agora apresenta trechos onde a água deu lugar à areia. Esse rio desempenha um papel crucial no abastecimento de centenas de famílias e no suporte à produção agrícola, que agora depende de caminhões-pipa.

Norte

O Norte do país, que ainda se recuperava da pior seca em 40 anos, agora enfrenta mais um período de estiagem. Com a região já fragilizada pela seca e escassez de água, a situação se agravou.

Antes mesmo do que ocorreu no ano passado, muitos rios estão secando. No Amazonas, 19 rios receberam menos água este ano do que em 2023, sinalizando uma possível descida ainda mais severa. Mais de 10 mil pessoas estão sendo afetadas pela crise, com comunidades isoladas e alertas do governo para o armazenamento de alimentos.

Os governos do Acre e de Rondônia declararam estado de emergência devido aos baixos níveis dos rios. Essa região tem enfrentado meses sem chuva e altas temperaturas, intensificando ainda mais a crise hídrica. O calor aumenta o processo de evapotranspiração, onde a água se transforma em vapor e se perde para a atmosfera.

Ambos os estados já sofrem com problemas de abastecimento em diversas áreas e impactos significativos na agricultura.

"A estação chuvosa, que deveria estar terminando agora, foi extremamente fraca. Em termos gerais, choveu menos de 5% do esperado. Os níveis de precipitação foram os mais baixos já registrados até o momento. E isso resultou na seca severa que estamos enfrentando." — Renato Cruz Senna, climatologista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Seca mais intensa e abrangente

Meteorologistas preveem que a situação da seca será mais severa este ano em comparação a 2023.

Para se ter uma ideia, em junho do ano passado, quando começou o período de estiagem, apenas 45 cidades estavam classificadas com seca extrema e severa.

Esse número é mais de 20 vezes menor do que o observado no último mês, quando mais de mil cidades foram afetadas pelas duas piores categorias de seca.

O Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) realiza previsões mensais sobre a seca, que são posteriormente atualizadas no final de cada mês com base nos eventos ocorridos. Até o dia 19 deste mês, a previsão indicava que 1.095 cidades estavam sob classificação de seca extrema e severa. De acordo com os especialistas, a gravidade da situação está se confirmando.



ATENÇÃO:Os comentários postados abaixo representam a opinião do leitor e não necessariamente do nosso site. Toda responsabilidade das mensagens é do autor da postagem.

Deixe seu comentário!

Nome
Email
Comentário


Insira os caracteres no campo abaixo:








Nosso Whatsapp

 (85)998180053

Visitas: 192762
Copyright (c) 2024 - Rede Mult de Comunicação - Seja você. seja plural, seja Mult!
Converse conosco pelo Whatsapp!