Nesta semana, Beatriz Argimón, vice-presidente do Uruguai, visitou o Brasil e decidiu não se encontrar com o vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin. Em vez disso, sua agenda foi concentrada em São Paulo, onde se reuniu exclusivamente com o governador paulista, Tarcísio de Freitas.
Durante sua estadia no Brasil, Beatriz Argimón, que também preside a Assembleia Geral do Uruguai, não agendou encontros com Alckmin, que é também ministro da Indústria e Comércio. O protocolo diplomático normalmente prevê reuniões entre vice-presidentes durante visitas oficiais.
Na quarta-feira (28/8), Beatriz visitou a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, sendo recebida pelo presidente da Alesp, o deputado estadual André do Prado, filiado ao PL de Jair Bolsonaro.
Durante a reunião, discutiram temas internacionais, incluindo a situação na Venezuela e o futuro do Mercosul, além de explorar a possibilidade de acordos de cooperação em áreas relacionadas à economia do conhecimento.
Tarcísio comentou sobre o encontro, destacando a importância da visita para fortalecer laços comerciais entre São Paulo e o Uruguai, e agradeceu a Beatriz Argimón pela presença.
Embora o encontro de Beatriz com Tarcísio tenha ocorrido enquanto Alckmin estava no estado, o vice-presidente brasileiro não participou de qualquer reunião com a vice-presidente uruguaia.
A Embaixada do Uruguai informou que a visita de Beatriz Argimón foi priorizada para encontros com Tarcísio e não havia previsões para encontros com o governo federal brasileiro.
Por sua vez, o Itamaraty minimizou o episódio, enfatizando que a relação entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Luis Alberto Lacalle Pou, do Uruguai, é positiva. Lacalle Pou e sua vice são filiados ao Partido Nacional, de centro-direita. Beatriz Argimón se posiciona como defensora dos direitos das mulheres, mas é crítica ao aborto, que é legal no Uruguai até a 12ª semana de gestação.