São Paulo - Leandro Bizarro Bjorklund, escrivão da Polícia Civil de São Paulo, está sendo investigado por suspeita de vazamento de dados sigilosos da polícia para Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Tagliaferro, que atuou no TSE sob a presidência do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, teria utilizado as informações para elaborar relatórios sobre a segurança do magistrado e de sua família.
De acordo com informações do jornal Folha de S.Paulo o vazamento foi solicitado pelo segurança de Moraes, o policial militar Wellington Macedo. Em conversas divulgadas pelo jornal, Tagliaferro mencionou ter obtido os dados de uma pessoa “de sua extrema confiança”, cuja identidade deveria permanecer em sigilo. Embora Bjorklund seja próximo de Tagliaferro, não há evidências de que o escrivão tenha vínculo direto com o TSE ou com a segurança do STF.
O caso está sendo investigado pela Polícia Federal, além de estar sob análise da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, que busca esclarecer se Bjorklund compartilhou seu acesso à informação (login e senha) com Tagliaferro ou se apenas repassou os dados.
Leia abaixo um trecho do boletim de ocorrência:
Leandro Bjorklund e Eduardo Tagliaferro têm uma relação pessoal estreita. Em maio de 2023, Bjorklund atuou como testemunha de defesa de Tagliaferro em um caso de violência doméstica envolvendo o ex-assessor e sua ex-mulher. Bjorklund confirmou ser amigo de Tagliaferro e relatou ter sido acionado pelo ex-assessor na ocasião.
Posicionamento dos Envolvidos
Eduardo Kuntz, advogado de Tagliaferro, afirmou desconhecer qualquer envolvimento de Bjorklund no fornecimento de dados e prometeu se pronunciar posteriormente sobre o caso.