Um homem suspeito de invadir sistemas de várias instituições internacionais e federais, incluindo a Polícia Federal, foi preso preventivamente em Belo Horizonte, Minas Gerais, nesta quarta-feira (16). A operação, chamada "Data Breach", resultou também na apreensão de materiais que serão analisados durante as investigações.

Segundo a PF, o hacker teria sido responsável por duas publicações de venda de dados do órgão: uma em maio de 2020 e outra em fevereiro de 2022.

"O preso se vangloriava de ser o responsável por diversas invasões cibernéticas realizadas em alguns países, afirmando, em sites na internet, ter divulgado dados sensíveis de 80 mil membros da InfraGard, uma parceria entre o Federal Bureau Investigation [FBI] e entidades privadas de infraestrutura crítica dos Estados Unidos", explicou a PF.

Embora o preso não tenha sido identificado, os investigadores relataram que ele era conhecido no ambiente virtual como um "ator malicioso responsável pelo vazamento de grandes bases de dados de informações pessoais, incluindo as de empresas como Airbus e a Agência de Proteção Ambiental dos EUA".

O hacker deverá responder pelo crime de invasão de dispositivo informático, qualificado pela obtenção de informações, com a possibilidade de aumento da pena devido à comercialização dos dados obtidos ilegalmente.

Em setembro, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Polícia Federal informaram que foram vítimas de ataques hackers após o bloqueio da rede social X no Brasil. A Anatel, em nota, destacou que, apesar de as instituições serem frequentemente alvos de ataques, observou-se um aumento nas invasões durante o bloqueio do X.