A recusa em vacinar crianças está se tornando uma grave ameaça à saúde pública no Ceará, especialmente após a disseminação de ideologias negacionistas e antivacinas durante a pandemia de COVID-19.
Esses movimentos questionaram a eficácia e a segurança das vacinas, resultando em uma redução na procura por imunizações essenciais, como as vacinas contra a gripe H1N1, que antes eram amplamente aceitas.
Essa diminuição na adesão às campanhas de vacinação tem levado ao retorno de doenças que já estavam sob controle, como sarampo, poliomielite e coqueluche, colocando em risco a vida de milhares de pessoas.
A falsa sensação de segurança, originada pela baixa incidência dessas doenças, fez com que muitos esquecessem os perigos reais que elas representam. Agora, doenças que há anos não eram vistas estão ressurgindo, expondo uma nova geração a riscos que poderiam ser facilmente evitados com a imunização adequada.
Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e da Avaaz revela que um em cada quatro brasileiros optou por não vacinar a si mesmo ou a crianças sob seus cuidados. Esse dado reflete uma situação alarmante, onde o medo dos efeitos colaterais das vacinas pode, paradoxalmente, causar consequências muito mais graves para a sociedade.
No Ceará, a preocupação com a queda nas taxas de vacinação levou à adoção de estratégias como a vacinação porta a porta e visitas escolares, com foco especial nas crianças, que são as mais vulneráveis a essas doenças. É crucial que essa mobilização continue e que o poder público intensifique as campanhas de conscientização.
A vacinação deve ser vista não apenas como uma escolha individual, mas como uma responsabilidade coletiva, uma vez que a imunidade de grupo é essencial para proteger aqueles que não podem ser vacinados por razões médicas.
Sem uma adesão massiva da população, até mesmo a melhor vacina perde sua eficácia, abrindo caminho para o retorno de epidemias que já haviam sido erradicadas.