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Ceará

65% das Mulheres em Fortaleza Sofrem Violência Durante Deslocamentos; Pesquisa Revela Detalhes

As situações relatadas variam desde olhares insistentes e cantadas até casos mais graves como estupro

Publicada em 13/09/24 às 16:13h - 30 visualizações

Ana Melo / Rede Mult de Comunicação.


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65% das Mulheres em Fortaleza Sofrem Violência Durante Deslocamentos; Pesquisa Revela Detalhes
Assaltos, sequestros, estupros e assédio sexual são as maiores preocupações das moradoras da capital.  (Foto: Marcos Moura / Etufor / Divulgação / Rede Mult de Comunicação.)
Um levantamento revelou que 65% das mulheres em Fortaleza já enfrentaram violência enquanto se deslocavam pela cidade. 

A pesquisa, conduzida pelos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva com o apoio da Uber, entrevistou 350 mulheres residentes na capital cearense.

As situações relatadas variam desde olhares insistentes e cantadas até casos mais graves como estupro. Os dados mostram que:

- 31% das mulheres receberam olhares insistentes ou cantadas.
- 35% sofreram assaltos, furtos ou sequestros relâmpago.
- 19% enfrentaram importunação ou assédio sexual.
- 14% foram vítimas de preconceito ou discriminação por características pessoais, exceto raça.
- 10% relataram racismo.
- 6% sofreram agressões físicas.
- 5% foram vítimas de estupro.

Jacira Melo, diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão, comentou: “Esse estudo mostra que as mulheres sentem muito medo quando saem de casa, que esse medo tem a ver com suas experiências com a violência urbana e de gênero e que elas sabem quais iniciativas podem contribuir para aumentar sua segurança. Em especial, o levantamento revela que as brasileiras percebem que essas medidas são de responsabilidade do Estado, em especial da prefeitura de sua cidade.”

O levantamento também revelou que 77% das mulheres em Fortaleza têm muito medo de sofrer violência durante seus deslocamentos. Assaltos, sequestros, estupros e assédio sexual são as maiores preocupações das moradoras da capital.

Enquanto 66% das mulheres brasileiras temem muito um assalto, furto ou sequestro relâmpago, em Fortaleza esse número sobe para 79%. Além disso, 73% das mulheres fortalezenses têm muito medo de sofrer um estupro, superando a média nacional de 66%. Também, 59% temem importunação ou assédio sexual.

As entrevistadas atribuíram a sensação de insegurança à falta de políticas públicas adequadas. A ausência de policiamento, iluminação deficiente e ruas desertas foram apontados como principais fatores que aumentam essa sensação de insegurança.

Os números são os seguintes:

- 57% citam a ausência de policiamento.
- 48% mencionam a falta de iluminação pública.
- 49% falam sobre ruas desertas e vazias.
- 44% apontam espaços públicos abandonados.
- 38% destacam falta de respeito e agressividade das pessoas.
- 37% mencionam falhas no transporte público.
- 36% referem a falta de empatia e solidariedade.
- 26% indicam o horário de deslocamento.

Apenas 12% das mulheres consideram as ruas de Fortaleza seguras, e 20% se sentem seguras nas ruas próximas de suas casas. A maioria das ocorrências de violência aconteceu durante o uso do transporte público ou enquanto caminhavam.

Bárbara Leão, de 28 anos, compartilhou com o g1 suas experiências. Ela relata ter sofrido assédios em transportes públicos e menciona dois episódios marcantes. Aos 19 anos, um homem idoso a seguia e a encarava no ônibus. Ela desceu antes de seu destino devido ao medo. “Eu ainda não tinha a noção do que era assédio. Você realmente não sabe o que fazer. Eu lembro que eu fiquei assustada. Estava com a cabeça meio em choque, tentando entender o que estava rolando”, contou.

O segundo incidente ocorreu quando Bárbara tinha 24 anos e envolveu contato físico. Ela estava em um ônibus lotado quando um homem se aproveitou da situação para encostar suas partes íntimas nela. “Apesar de eu entender o que estava acontecendo e tentar sair, não consegui. Ele ficou me encoxando. Não acreditei no que estava acontecendo. Eu lembro que na minha frente tinha um outro homem e esse estava me olhando muito sério e muito feio. Fiquei assustada, porque achei que eu estava fazendo alguma coisa errada ou que esse homem estava com o que estava atrás de mim”, relatou.

Após o incidente, outro passageiro alertou Bárbara para gritar e pedir ajuda se algo parecido acontecesse. “Ele me perguntou se esse outro rapaz era algo meu, se eu conhecia. Ele disse: 'moça, quando for assim você grite, peça ajuda'. Eu desci novamente antes da minha parada e fui para casa engolindo o choro”, desabafou.

Atualmente, Bárbara evita usar o transporte público e opta por carros de aplicativo, mas ainda não se sente segura. Ela compartilha sua localização com amigas e com o noivo durante as corridas de moto e evita ficar sem sinal de comunicação. “É uma maneira de eu me prevenir, porque é a única coisa que eu posso fazer. As medidas de segurança viraram rotina, principalmente porque ando muito sozinha. A gente sabe que o feminicídio está aumentando.”

Ela acredita que Fortaleza não leva a sério as políticas públicas de proteção às mulheres e aponta a revitimização, a sexualização e a objetificação como fatores que agravam a violência contra as mulheres. “Acho que a principal coisa que tem que ser feita é realmente a conscientização. A gente fala de muita coisa, mas na prática não é feito. E a gente não sabe o que fazer ou como agir. O que é que o motorista vai fazer? Como ele vai reagir em uma situação dessa? Deveria ter um modus operandi”, concluiu.

A pesquisa também revela que 9 em cada 10 mulheres em Fortaleza consideram crucial priorizar a segurança das mulheres nas eleições municipais de 2024. Elas sugerem melhorar a iluminação pública, revitalizar espaços abandonados, aumentar o número de linhas de ônibus e reduzir o tempo de espera pelo transporte público.

Mais de 100 Denúncias em 2024

De janeiro a agosto de 2024, a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) registrou 141 casos de importunação sexual. A maioria das denunciantes tem entre 19 e 29 anos (79%). “Quanto ao acolhimento, o Centro de Referência e Atendimento às Mulheres em Situação de Violência Francisca Clotilde acompanha e encaminha, com acolhimento 24h, as mulheres em situação de violência decorrente da desigualdade de gênero, violência doméstica e familiar, assédio moral e tráfico de mulheres”, informou a Etufor.

Para denunciar, as pessoas podem se cadastrar na ferramenta pelo WhatsApp (85 93300 7001), fornecendo o máximo de informações possíveis sobre o incidente, incluindo número do veículo, horário, linha, local e características do agressor.

É importante notar que a denúncia pela Nina 2.0 não substitui a formalização do Boletim de Ocorrência (BO) na polícia. Com as denúncias, as imagens coletadas podem servir como provas e inibir ações dos infratores. “Orientamos que todos os usuários de ônibus façam o seu cadastro junto à plataforma para que a denúncia seja realizada”, disse Raimundo Rodrigues, presidente da Etufor.

A ferramenta Nina 2.0 foi lançada em setembro de 2022 pela Prefeitura de Fortaleza, através da Etufor, em parceria com a Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Mulheres, vinculada à Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS), e a startup Nina.



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