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Cinema

Delírio a dois desperdiça Lady Gaga em musical chato mais ousado que o 1º filme

Continuação do sucesso inexplicável de 2019 poderia ser muito boa, mas se contenta em ser apenas 'menos ruim'. Filme estreia nesta quinta-feira (3) nos cinemas brasileiros.

Publicada em 02/10/24 às 13:12h - 43 visualizações

Hian Moura / Rede Mult de Comunicação


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Delírio a dois desperdiça Lady Gaga em musical chato mais ousado que o 1º filme
Delírio a dois  (Foto: Niko Tavernise/Warner Bros. Pictures / Rede Mult de Comunicação)
Apesar de suas muitas falhas, "Coringa: Delírio a dois" ao menos é mais ousado que seu já ruim antecessor, o sucesso inexplicável de 2019. A continuação, que estreia nesta quinta-feira (3) nos cinemas brasileiros, é uma mistura esquizofrênica de gêneros que nunca se conectam totalmente: 

um musical bem executado, mas arrastado, que não sabe aproveitar o talento e o carisma de Lady Gaga, suposta coprotagonista da história;  
um filme de prisão/manicômio com bons momentos e ainda mais clichês;  
e um filme de tribunal, previsível e sem qualquer sentido.  

Uma aposta mais sincera e focada no primeiro deles poderia elevar "Delírio a dois" a algo muito melhor do que o sofrido "Coringa". Há vislumbres claros de uma vontade contida – e nunca realizada – de transcender.

A continuação, no entanto, não tem coragem de abraçar de vez o inesperado e, toda vez que se aproxima demais do limite, volta meio de supetão para a segurança do previsível.

Uma pena. Ao final de quase duas horas e vinte minutos de duração, a obra dirigida por Todd Phillips (que novamente divide o roteiro com Scott Silver) se contenta em ser apenas não tão ruim quanto a primeira – mas ainda ruim.

Ah, tadinho. "Delírio a dois" é uma continuação direta – e totalmente desnecessária – do filme anterior. Na trama, o comediante fracassado que ficou conhecido como o palhaço assassino Coringa (Joaquin Phoenix) aguarda por seu dia no tribunal.

Preso em um manicômio para criminosos, ele conhece uma fã apaixonada (mais próxima da origem da palavra, "fanática"), que introduz um pouco de alegria, esperança e música em sua vida tão sofrida.

Tais momentos são, de fato, o melhor que o filme tem a oferecer. Infelizmente, o roteiro reserva 99% (aproximadamente) da cantoria a cenas de sonhos ou fantasia. Por mais bem realizadas que sejam, elas nunca avançam a história em si, relegadas a intervalos de luxo até a hora de voltar à trama em si.

Sem clássicos para "homenagear", como seu antecessor cometeu com "Taxi Driver" (1976) e "O rei da comédia" (1982), a sequência é genuinamente mais ousada e perigosamente criativa. Só lhe falta coragem.

Já o enredo principal reflete o tom do primeiro e sofre do grave distúrbio de se levar a sério demais, com algo de incolor e insosso do começo ao fim. Ok, o protagonista é um comediante fracassado e perturbado, mas o roteiro não precisa seguir o exemplo de forma tão radical.

Não chega a ser tão sofrido, dolorido, desgraçado, angustiado e atormentado, com uma trilha sonora de um único violino amargo para pontuar tamanho sofrimento, mas, sem a música, "Delírio a dois" é no máximo anêmico.

Uma evolução, é verdade, mas ainda muito aquém do que o Príncipe Palhaço do Crime (como o vilão do Batman é carinhosamente chamado) dos quadrinhos merece.

Delírio a 1,5. Um dos maiores atores de sua geração, Phoenix entrega outra atuação muito acima da qualidade do roteiro ao qual fica preso. A primeira lhe rendeu o (exagerado) Oscar em 2020 – a segunda, em um filme com recursos já manjados, talvez não tenha a mesma sorte.

A seu lado, é Gaga quem oferece o verdadeiro sopro de ar fresco. Mesmo ao assumir o papel tão marcante da Arlequina (já celebrado nas mãos de Margot Robbie), a cantora apresenta uma versão própria e ao mesmo tempo familiar.

Até por isso, é desesperador perceber que a personagem nunca deixa de ser apenas uma força motivadora para o protagonista. Relegada ao ponto de vista do palhaço, ela não consegue superar a unidimensionalidade de uma fã apaixonada por um ideal furado.

O título promete a dois, mas o delírio do novo "Coringa" sofre para chegar a um e meio no máximo.

O mais triste é que, o tempo todo, o filme flerta com o sucesso. Quando o musical periga ficar maluco demais, descontrolado demais, colorido demais, uma mão invisível (chamada Todd Phillips) puxa as rédeas e devolve o espectador aos corredores frios do manicômio ou à trama chata e sem sentido do julgamento.

É tanto coito interrompido que, depois de um tempo, novas cantorias causam uma reação que mistura trauma com tédio. Assim como o próprio protagonista, o público só quer o doce alívio do fim – que até vem, mas só depois de mais umas 3 ou 4 canções.



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