O livro "O Arroz de Palma" de Francisco Azevedo traz reflexões profundas sobre a felicidade e a maneira como ela é percebida e compartilhada. A história envolve personagens complexos como Tia Palma e Antonio, destacando suas virtudes e imperfeições humanas de maneira delicada e simples.
Tia Palma, uma figura sábia e pitoresca, visita a casa de seu sobrinho Antonio e nota o arroz exposto em um pote de cristal no restaurante dele. Com sabedoria, ela aconselha Antonio, dizendo que o arroz representa sua felicidade e que não deveria alardeá-la, pois a felicidade desperta mais inveja do que a riqueza.
Esse conselho ressoa ao longo do texto, onde se explora a ideia de que expor a felicidade pode ser visto como vaidade. A autora reflete sobre como muitas vezes as pessoas sentem a necessidade de validar sua felicidade através de exposição pública, seja nas redes sociais ou em outros meios, o que pode provocar reações negativas como inveja e cobiça.
É enfatizado que não há problema algum em ser feliz ou demonstrar alegria, mas o perigo reside em usar isso para alimentar o ego pessoal. A felicidade, quando colocada em um pedestal e transformada em instrumento de vaidade, perde sua essência de dádiva e se torna algo que desperta ressentimento.
A mensagem central é de modéstia e humildade diante das próprias conquistas e felicidades. Não é necessário alardear ou buscar validação externa para os momentos bons da vida. A verdadeira riqueza está em cultivar relações genuínas e em compartilhar nossas experiências com aqueles que realmente nos conhecem e nos valorizam.
O texto também destaca a importância de aceitar tanto as fragilidades quanto as virtudes próprias, sem buscar uma perfeição idealizada. Valoriza-se a autenticidade e a humanidade das pessoas que não precisam se inflar para parecerem maiores do que são, mas que se aproximam dos outros de forma sincera.
Por fim, a referência à música de Toquinho, "À sombra de um Jatobá", ressalta a importância de encontrar prazer nas coisas simples e verdadeiras da vida, longe das falsidades e das aparências.
Assim, o texto nos convida a refletir sobre como lidamos com nossa própria felicidade e como compartilhamos essa felicidade com os outros, sugerindo que a modéstia e a autenticidade são fundamentais para cultivar relações significativas e verdadeiras.