Na temporada de 2017, o Ceará iniciou o ano sob a liderança de Gilmar Dal Pozzo. No entanto, sua passagem foi breve e marcada por turbulências em Porangabuçu. O desempenho da equipe gerou críticas por parte da torcida, mas o ponto culminante ocorreu em fevereiro daquele ano. Após a eliminação do Alvinegro de Porangabuçu na Copa do Brasil, ao perder por 2 a 1 para o Boavista-RJ ainda na fase inicial do torneio, os torcedores foram cobrar os jogadores e a comissão técnica na chegada do elenco a Fortaleza.
As exigências, entretanto, ultrapassaram limites, como conta Dal Pozzo em seu recém-lançado livro, "Vida de Treinador", escrito por Roberto Maleson. "O que aconteceu comigo no Ceará foi desumano. A gente fez um jogo lá contra o Boavista e, quando nós voltamos, às 3 horas da madrugada no aeroporto, eu fui agredido, agredido com palavras. As pessoas estavam armadas dentro do aeroporto."
"Ficou um trauma por algum tempo. Eu demorei para me curar disso porque fiquei muito desprotegido", afirmou o treinador catarinense de 55 anos.
Dal Pozzo também revelou que não só ele, mas sua família também recebeu ameaças. "Essas mesmas pessoas que foram lá me agredir começaram a ameaçar minhas filhas e a minha família. Fui orientado a sair o mais rápido possível do Ceará, de Fortaleza. Então, eu fui para o jogo, eu fui para o trabalho, aconteceu tudo aquilo e ainda eu nem podia ficar na cidade", contou. "Eu fui ameaçado. Então, foi muito difícil. Me senti muito mal. Ficou um trauma assim porque, mentalmente, eu sou muito forte. Talvez ali poderia ser o fim da minha carreira porque foi muito forte", finalizou.
Após essa série de episódios, o treinador deixou o clube. Durante sua passagem por Porangabuçu, Gilmar Dal Pozzo comandou a equipe em apenas nove jogos, conquistando cinco vitórias, dois empates e duas derrotas, o que resultou em um aproveitamento de 62%.