O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira (14) que a Rússia estaria disposta a cessar fogo e iniciar negociações de paz, desde que a Ucrânia abandonasse suas aspirações de ingressar na Otan e retirasse suas forças de quatro regiões ucranianas reivindicadas por Moscou.

Putin destacou que a Rússia estava preparada para garantir uma retirada segura das unidades ucranianas para que esse processo pudesse ocorrer.

Estes comentários surgem às vésperas de uma cúpula na Suíça, onde mais de 90 países e organizações estão programados para discutir possíveis caminhos para alcançar a paz na Ucrânia. Notavelmente, a Rússia não foi convidada e alega que tal reunião é infrutífera.

Atualmente, a Rússia controla cerca de um quinto do território ucraniano, no terceiro ano do conflito. Por sua vez, a Ucrânia sustenta que a paz só será alcançada mediante a retirada completa das forças russas e a restauração de sua integridade territorial.

A guerra, que teve início em 22 de fevereiro de 2022, já acarretou em severas sanções econômicas direcionadas à Rússia. Putin, que foi reeleito em 18 de março de 2024 para um novo mandato de seis anos, aparenta considerar os ganhos territoriais obtidos até o momento como suficientes para proclamar uma vitória ao povo russo.

A possibilidade de um novo avanço significativo no conflito, que implicaria em outra mobilização nacional, é algo que Putin parece querer evitar, especialmente levando em conta a queda de sua popularidade após a primeira mobilização em setembro de 2022. Dmitry Peskov, porta-voz de Putin, reiterou que a Rússia não busca uma "guerra sem fim" e está disposta ao diálogo para alcançar seus objetivos.