A Ucrânia anunciou hoje, 1º de agosto, a interceptação de um dos maiores ataques aéreos russos desde o início do conflito. As defesas ucranianas neutralizaram 89 drones e um míssil russos, que visavam Kiev e suas regiões adjacentes, além de outras partes do país.
Desde a noite de terça-feira, 30 de julho, Kiev e o centro e leste da Ucrânia estiveram sob alerta de ataque aéreo. Serhiy Popko, chefe da administração militar de Kiev, confirmou que os sistemas de defesa aérea da cidade enfrentaram um intenso bombardeio de drones.
Entre os drones utilizados estavam os Shahed, fabricados pelo Irã, conhecidos por sua capacidade de detonar ao impacto. Além desses, novos drones russos com câmeras foram identificados. Estes novos modelos, que não carregam explosivos, servem como iscas para detectar e mapear as defesas aéreas ucranianas. “O segundo tipo de drone não contém carga explosiva significativa e age como um chamariz”, explicou Andriy Cherniak, porta-voz de uma agência de espionagem militar.
Cherniak também revelou que esses novos drones custam cerca de 10.000 dólares cada e voam a uma altitude de 1.000 metros, tornando-os difíceis de atingir com metralhadoras e rifles. Embora sejam mais econômicos de produzir do que mísseis de defesa aérea, sua utilização complexifica ainda mais o cenário de defesa.
A guerra na Ucrânia tem servido como um campo de testes para novas tecnologias de drones, com ambos os lados empregando amplamente esses dispositivos. A Ucrânia, em resposta, tem investido na produção local de drones para igualar suas capacidades de ataque às da Rússia, visando alvos estratégicos.
A Rússia afirma que seus ataques visam a degradação militar da Ucrânia, mas o governo ucraniano critica os ataques por atingirem civis e danificarem infraestruturas essenciais.
Atualmente, as tropas russas ocupam cerca de 18% do território ucraniano e têm avançado no leste, criando uma linha de frente de 1.000 km que coloca Kiev em uma posição desafiadora. A Ucrânia, apesar das dificuldades, continua a aprimorar suas defesas para enfrentar as crescentes ameaças.