Nesta terça-feira (6), um alto representante russo alertou a Ucrânia de que as condições para um cessar-fogo se tornarão mais rígidas quanto mais tempo o país demorar para iniciar negociações de paz.
A Rússia declarou que qualquer acordo deverá incluir a cessão de aproximadamente 20% do território ucraniano – grande parte do qual foi ocupada pelas forças russas – e a renúncia à possibilidade de adesão à OTAN, propostas imediatamente rejeitadas pela Ucrânia.
Sergei Shoigu, secretário do Conselho de Segurança da Rússia e ex-ministro da Defesa, afirmou que, desde a proposta de termos de paz feita por Vladimir Putin em 14 de junho, a Ucrânia perdeu 420 quilômetros quadrados de território e sofreu pesadas baixas. Shoigu destacou que "a janela de oportunidade para a Ucrânia está se fechando", e que o país perderia mais território se continuasse a adiar as negociações.
Shoigu criticou a esperança da Ucrânia de que os europeus possam mediar uma cúpula de paz benéfica, afirmando que essa expectativa está resultando em mais sofrimento para o povo ucraniano. Ele mencionou números de perdas ucranianas, mas a Reuters não conseguiu verificar essas informações, e nenhum dos lados divulgou detalhes sobre suas baixas.
Desde o início da invasão russa em 2022, a Rússia controla cerca de 18% da Ucrânia, incluindo a Crimeia, anexada unilateralmente em 2014. Além disso, a Rússia controla partes de quatro regiões no sudeste da Ucrânia, áreas que Putin alega ter justificação histórica e cultural para serem totalmente cedidas.
O presidente russo Vladimir Putin estaria disposto a negociar um cessar-fogo baseado nas atuais linhas de frente, mas está pronto para continuar os combates se Kiev e o Ocidente não responderem positivamente.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, declarou no mês passado que Kiev está aberta às negociações, desde que a soberania e a integridade territorial da Ucrânia – amplamente reconhecidas pela comunidade internacional – sejam respeitadas integralmente.