A líder opositora, María Corina Machado expressou otimismo sobre a possibilidade de uma solução "efetiva" para a crise na Venezuela com a mediação dos governos da Colômbia, Brasil e México. Em uma entrevista a meios de comunicação locais nesta quarta-feira (7), Machado afirmou: "Eu não descarto que esta iniciativa possa efetivamente estabelecer os termos de uma negociação clara, firme e efetiva."
Machado elogiou a postura prudente dos países envolvidos, dizendo: "Acho que eles se mantiveram em uma posição prudente para manter essa interlocução." A crise venezuelana se intensificou após a reeleição contestada de Nicolás Maduro em 28 de julho. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), alinhado ao governo, proclamou Maduro como presidente reeleito para um terceiro mandato com 51% dos votos. No entanto, o CNE ainda não divulgou informações detalhadas sobre os resultados nem publicou as atas eleitorais.
Após a votação, protestos eclodiram em Caracas e outras cidades, resultando em 2.200 detidos, segundo o governo, e cerca de 24 mortos, de acordo com ONGs de Direitos Humanos. As manifestações foram se dispersando com o passar dos dias em meio a denúncias de forte repressão por parte das forças de segurança.
Além disso, o Ministério Público venezuelano abriu uma investigação penal contra Machado e seu candidato, Edmundo González Urrutia, por "incitação à insurreição" após pedirem apoio às Forças Armadas. Apesar da repressão "maciça", Machado reafirmou a determinação da oposição: "Aqui ninguém está recuando e ninguém está desmoralizado. Pelo contrário, estamos empenhados em cumprir as próximas etapas, aumentar a pressão externa, o momentum, e levar Maduro a reconhecer (...) os termos de uma negociação para uma transição ordenada."
Machado também não descarta a possibilidade de que outros países possam se envolver na mediação, ampliando as opções para resolver o impasse político e buscar uma transição pacífica.