Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro, da Colômbia, estão tentando novamente estabelecer uma ligação telefônica com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em meio ao agravamento da repressão do regime venezuelano contra opositores.
No entanto, as negociações têm enfrentado obstáculos devido ao silêncio de Maduro desde a divulgação, no último sábado (24), de uma nota conjunta dos governos brasileiro e colombiano que exige a divulgação das atas eleitorais. Segundo diplomatas brasileiros, Maduro não respondeu à nota e, ao contrário, manteve-se em silêncio.
Anteriormente, Maduro havia comunicado ao Palácio da Planalto e ao Itamaraty seu descontentamento com a posição do Brasil por meio de aliados.
No entanto, o Itamaraty decidiu continuar com a estratégia atual e pretende usar uma possível conversa telefônica para pressionar pela entrega das atas eleitorais.
No Palácio da Planalto e no Itamaraty, a situação é vista com preocupação, especialmente após o recente sequestro de um opositor. A expectativa é que a situação possa piorar, já que a oposição está prevista para se manifestar formalmente nesta quarta-feira (28).
O regime venezuelano tem intensificado a repressão após críticas da oposição. A ideia de uma ligação entre os líderes começou a ser discutida logo após as eleições, mas perdeu força devido a vários fatores. Inicialmente, Lula rejeitou a ideia de conversar com Maduro. Além disso, o presidente do México, que deveria participar de uma chamada conjunta com Petro, também se retirou da negociação.
Apesar das dificuldades, no entorno de Lula há uma esperança de que a situação possa evoluir positivamente, já que a posse está marcada para 10 de janeiro de 2025. Portanto, a estratégia de manter o diálogo aberto ainda é considerada válida enquanto houver sinais de que uma conversa possa ser produtiva.