Uma enchente devastadora atingiu a região de Valência, na Espanha, deixando 62 mortos e causando a pior inundação em décadas. A força das águas arrastou carros, transformou ruas de vilarejos em rios e paralisou linhas ferroviárias e rodovias. Em algumas áreas, o volume de chuva registrado em poucas horas foi equivalente ao esperado para o ano inteiro.
Em vilarejos como Turís e Utiel, as chuvas superaram o previsto para o ano. Meteorologistas espanhóis atribuem a intensidade das tempestades ao aumento da temperatura do mar Mediterrâneo, junto ao qual Valência está localizada.
Devido à situação, as autoridades das áreas mais atingidas orientaram os moradores a permanecerem em casa. Carlos Mazón, presidente regional do leste de Valência, relatou que algumas pessoas ainda estão isoladas pelas águas. “Se os [serviços de emergência] não chegaram, não é por falta de recursos ou disposição, mas por um problema de acesso”, afirmou Mazón, explicando que o alcance a certas áreas se tornou “absolutamente impossível.”
Durante a noite, vídeos nas redes sociais mostraram pessoas presas nas águas e outras em árvores para evitar serem levadas pela correnteza.
Um trem de alta velocidade, com quase 300 passageiros, descarrilou próximo a Málaga. Apesar do acidente, autoridades locais não reportaram feridos. O serviço ferroviário entre Valência e Madri, assim como outras linhas na região, foi suspenso.
A agência meteorológica estatal (Aemet) emitiu alerta vermelho para Valência, e as tempestades devem se estender até quinta-feira (31), segundo o serviço meteorológico espanhol.
Ainda em recuperação de uma severa seca no início deste ano, a Espanha enfrenta agora outro evento extremo, e cientistas apontam que a frequência dessas condições extremas provavelmente está relacionada às mudanças climáticas.