O Instituto de Saúde dos Servidores do Estado do Ceará (ISSEC) deu início às discussões sobre o reajuste do aporte do governo e das contribuições dos servidores para 2025. O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), indicou que a definição do reajuste para o próximo ano será precedida de uma "avaliação do cenário econômico", sem garantir que o aumento será superior aos 5,6% aplicados em 2024.
Nesta segunda-feira (26/08), o Conselho de Gestão do ISSEC se reuniu para uma discussão detalhada do estudo atuarial anual. A apresentação, que durou quase duas horas, revelou um crescimento significativo na quantidade de usuários, atendimentos e no volume financeiro aplicado na saúde dos servidores. No entanto, ficou claro que a receita proveniente dos repasses do governo e das contribuições dos usuários está aquém das despesas do ISSEC.
Até julho de 2024, o ISSEC já desembolsou mais de R$ 200 milhões aos credenciados, comparado a quase R$ 184 milhões no mesmo período de 2023. No total de 2023, foram pagos mais de R$ 321 milhões. Após cinco anos sem reajustes, foi implementado em 2024 um aumento de 5% nas contribuições, dividido igualmente entre servidores e governo. Com isso, o governo deverá repassar mais de R$ 127 milhões em 2024, um aumento em relação aos R$ 120 milhões repassados anteriormente.
O estudo atuarial anual aponta que o aumento de 2024 foi um passo importante para reduzir o déficit previsto, mas ainda não será suficiente para cobrir o crescimento das despesas com saúde e a adesão de novos usuários, que em 2023 somaram mais de 12 mil beneficiários.
O novo secretário da Secretaria do Planejamento e Gestão (SEPLAG) e presidente do CONGE/ISSEC, Alexandre Cialdini, destacou a delicadeza da situação financeira do ISSEC. Ele afirmou que ainda não é possível definir um percentual de reajuste para o governo e sugeriu a realização de estudos adicionais para definir o percentual até novembro. Cialdini também enfatizou que o financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) pelo Estado deve ser levado em consideração.
A sugestão de Cialdini foi acolhida, e novas reuniões serão agendadas para discutir e definir os percentuais de reajuste nas contribuições do governo e dos servidores.
Em entrevista ao jornal "O Povo", o governador Elmano de Freitas mencionou que houve um aumento na arrecadação e destacou a intenção de viabilizar mais concursos, incluindo para a contratação de policiais. Ele indicou que a análise sobre o reajuste "fica para depois", sinalizando que a prioridade atual é a gestão dos recursos e o planejamento de novas contratações.
Na mesma reunião do CONGE/ISSEC, foram eleitos por unanimidade os novos líderes. Alexandre Cialdini foi escolhido como presidente e o professor Helano Maia como vice-presidente. Também participaram da reunião os conselheiros Patrícia Faço (Sindagre), Joaquim Vale (Mova-se), a conselheira e superintendente do ISSEC, Katherine Saunders, e sua assessoria. Karla Barroso, substituindo a conselheira e secretária da SESA, também esteve presente.
