Lula agora precisa estabelecer a data para fazer o anúncio oficial sobre o que já está decidido nos bastidores: a não aceitação da vitória de Maduro.
O presidente brasileiro, no entanto, busca uma posição conjunta e está conversando com o presidente colombiano, Gustavo Petro, sobre a declaração a ser emitida.
A situação deixada pela Venezuela, sob o governo de Maduro, não oferece muito espaço para Lula e Petro considerarem outras alternativas.
Além da declaração do Tribunal Supremo, o governo venezuelano deixou claro que não divulgará as atas eleitorais.
Essas atas foram solicitadas por Brasil, Colômbia, Estados Unidos, Canadá e países europeus para que pudessem adotar uma posição oficial sobre a eleição.
O governo brasileiro ficou ainda mais irritado quando o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, afirmou que a Venezuela seguiu o mesmo processo eleitoral do Brasil.
Em sua declaração após a decisão do tribunal, Rodríguez zombou do assessor internacional de Lula e enviou uma mensagem direta: “ouviu, Celso Amorim”.
No Brasil, ao contrário da Venezuela, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulga todos os resultados e documentos. Na Venezuela, tanto o Tribunal Supremo quanto o Conselho Nacional Eleitoral estão sob o controle de Maduro.
A preocupação no Brasil gira em torno da reação de Maduro a uma nota conjunta do Brasil e da Colômbia que não reconheça sua vitória.
O governo brasileiro não pretende romper relações diplomáticas ou comerciais com a Venezuela, país vizinho que fornece energia para Roraima.
Uma das preocupações do Brasil é o possível aumento no número de venezuelanos migrando para o território brasileiro.
Há a possibilidade de Maduro expulsar a embaixadora brasileira na Venezuela, Glivânia Oliveira, seguindo o exemplo de Daniel Ortega, na Nicarágua.
Caso isso aconteça, o Brasil não fecharia sua embaixada na Venezuela e manteria um encarregado de negócios à frente da sua representação no país vizinho.
Essa situação se manteria até que novas negociações possam levar a uma normalização das relações entre os dois países.