noticias393 Seja bem vindo ao nosso site Rede Mult de Comunicação!

Notícias

Sem Hospital, Escola ou Quartel: Cidade do Sul Fica Submersa

Cidades do Rio Grande do Sul ficam Submersas Sob Águas das Enchentes

Publicada em 13/05/24 às 08:52h - 29 visualizações

Marcos Carneiro / Rede Mult de Comunicação


Compartilhe
Compartilhar a noticia Sem Hospital, Escola ou Quartel: Cidade do Sul Fica Submersa  Compartilhar a noticia Sem Hospital, Escola ou Quartel: Cidade do Sul Fica Submersa  Compartilhar a noticia Sem Hospital, Escola ou Quartel: Cidade do Sul Fica Submersa

Link da Notícia:

Sem Hospital, Escola ou Quartel: Cidade do Sul Fica Submersa
Vista aérea das enchentes em Eldorado do Sul, Rio Grande do Sul, tirada em 9 de maio  (Foto: GETTY IMAGES / Rede Mult de Comunicação)
Em uma cena devastadora, uma cidade inteira se vê alagada: sem água, sem luz e sem comunicação. Com uma população de cerca de 40 mil habitantes, Eldorado do Sul está entre as áreas mais atingidas pelas recentes inundações no Rio Grande do Sul.

De acordo com informações do governo, 98% da cidade foi tomada pelas águas que transbordaram do Rio Jacuí e desceram em direção ao Lago Guaíba, forçando a evacuação de todos os moradores da região.

A equipe da BBC News Brasil visitou Eldorado do Sul para entender o impacto das enchentes na vida dos residentes e em todas as esferas da cidade.

O bombeiro Rudinei Silva dos Santos relata que sua equipe percebeu a iminência do desastre no dia 30 de abril, quando uma cidade a cerca de 30 km começou a ser inundada.

"Ficamos em alerta e começamos a informar a população por meio de carros de som e publicações em redes sociais. A orientação era que evacuassem suas casas antes que fossem totalmente inundadas", diz ele, que é presidente e comandante dos bombeiros voluntários de Eldorado.

No dia 1º de maio, os primeiros bairros da cidade, localizados em áreas mais baixas, começaram a ser inundados.

'O volume de chamados era avassalador'

À medida que a água subia, os pedidos de socorro se multiplicavam. Rudnei lembra que a demanda dos moradores era muito maior do que a capacidade da equipe, que contava com apenas 20% das embarcações funcionando.

"Recebíamos 100 chamados a cada 10 minutos, era humanamente impossível atender a todos. Priorizamos salvar vidas e animais e começamos a receber ajuda de alguns moradores com barcos. Em questão de duas horas, a água subiu um metro e meio em toda a cidade."

As pessoas resgatadas foram levadas para o prédio da prefeitura, que, por estar em uma área mais elevada, era considerado o local mais seguro.

"Mas no dia 4 de maio, a água subiu cerca de um metro dentro do prédio. Precisamos começar a retirar essas pessoas para a única área seca que tínhamos na cidade, que era a BR 290."

'Operação de guerra'

Com toda a população e seus animais na estrada, o corpo de bombeiros solicitou apoio de outros municípios para abrigar as pessoas.

Mesmo assim, Rudnei relata que não foi possível ajudar a todos, e mais de 15 mil pessoas acabaram dormindo na estrada que conecta diversas cidades da região e países vizinhos.

"Fizemos o isolamento da rodovia junto com a Polícia Rodoviária Federal e os resgates continuaram. Chegavam mil chamados por hora em nossos telefones. Pediam ajuda para pessoas acamadas, pessoas com deficiência, idosos, crianças, gestantes... Foi realmente uma operação de guerra nesse primeiro momento."

Rudinei recorda que esta é a terceira enchente enfrentada pela cidade em menos de um ano.

"Vários de nossos voluntários também perderam suas casas e, mesmo assim, com suas famílias desalojadas, continuaram firmes no propósito. A prioridade é salvar vidas; os bens materiais podemos recuperar."

Após alguns dias, a água começou a baixar em alguns pontos da cidade e, pelo menos por enquanto, o prédio da prefeitura voltou a abrigar parte da população.

A previsão do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul indica que o nível do Guaíba subirá significativamente nos próximos dias, alcançando uma altura de 5,5 metros. Na pior fase da enchente na semana passada, ele atingiu 5,33 metros.

Sem Internet, Luz ou Comunicação

Quando Eldorado do Sul ficou sem energia, a situação se complicou ainda mais.

Rudnei relata que, sem internet, as pessoas tinham dificuldade em encontrar seus familiares e os pedidos de socorro chegavam, às vezes, com 24 horas de atraso.

"Isso também atrasava os atendimentos. Levávamos duas, três horas para ir e voltar de um bairro mais afastado, mas às vezes, ao chegar lá, a família já tinha conseguido sair. A informação não tinha chegado até nós, então, claro, precisávamos averiguar cada chamado."

Eduardo Griza, outro bombeiro voluntário, veio de Irani, no estado de Santa Catarina, para ajudar nos resgates em Eldorado do Sul.

Já na estrada, Eduardo relata que a equipe enfrentou os primeiros sinais de dificuldade, com pontos de alagamento e deslizamentos de terra.

"Não consigo dimensionar tudo o que aconteceu aqui: tanta água, tanta destruição... Foi uma catástrofe."

O bombeiro afirma que é preciso fazer um esforço para manter o equilíbrio emocional diante das situações.

"Tentamos manter a calma, permanecer estáveis para não nos abalarmos. Mas resgatar pessoas que estavam ilhadas com suas famílias e animais, e ver a destruição das casas, ver que tentavam recuperar seus pertences, mas não tinham mais nada... Isso nos abala profundamente."

Ilhada e com sua infraestrutura comprometida, a cidade ficou incomunicável nos primeiros dias da crise. Nesta segunda-feira (13/6), o Instituto Cultural Floresta e o grupo de voluntários Exército Invisível doarão para o município uma antena capaz de fornecer dados sem depender das companhias telefônicas.

"Essas antenas Starlink vão funcionar com dados ilimitados enquanto durar essa calamidade. Eldorado é uma das cidades que, no começo da crise, ficou incomunicável", diz Gabriel Larré, um dos idealizadores do projeto, que também vai doar outras três antenas semelhantes a hospitais na região.




ATENÇÃO:Os comentários postados abaixo representam a opinião do leitor e não necessariamente do nosso site. Toda responsabilidade das mensagens é do autor da postagem.

Deixe seu comentário!

Nome
Email
Comentário


Insira os caracteres no campo abaixo:








Nosso Whatsapp

 (85)998180053

Visitas: 198112
Copyright (c) 2024 - Rede Mult de Comunicação - Seja você. seja plural, seja Mult!
Converse conosco pelo Whatsapp!