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Embalagem de bolo, PET, saco de lixo: imagens do improviso médico para salvar bebês mostram falta de estrutura no país

O Conselho Federal de Medicina afirma que o improviso é um reflexo da falta de infraestrutura e de leitos para atender crianças, cuja quantidade teve uma redução de 28% nos últimos 13 anos.

Publicada em 16/06/24 às 10:38h - 56 visualizações

Marcos Carneiro / Rede Mult de Comunicação


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Embalagem de bolo, PET, saco de lixo: imagens do improviso médico para salvar bebês mostram falta de estrutura no país
Respirador com forma de bolo em bebê de 3 meses no RN, improvisado pela médica Ellenn Salviano  (Foto: Reprodução / Redes sociais / Rede Mult de Comunicação)
Embalagem de bolo e garrafa de plástico PET improvisados como máscara de oxigênio. Bebês embalados em sacos plásticos por falta de incubadoras. Estetoscópio transformado em respirador. A imagem que chocou o país na última semana não é raridade.

Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), o improviso é um reflexo da falta de infraestrutura e de leitos para atender crianças, cuja quantidade teve uma redução de 28% nos últimos 13 anos.

Nesta semana, um bebê foi atendido por uma médica que usou uma embalagem de bolo como máscara de oxigênio no Rio Grande do Norte. O menino teve diagnóstico de bronquiolite – que afeta as vias respiratórias – e precisava urgentemente de um leito de UTI para suporte respiratório, que não estava disponível. Com isso, a médica usou a criatividade para salvar a vida do bebê.

Essa não é a primeira vez que médicos e pacientes pediátricos são colocados à prova pela falta de estrutura. Veja abaixo histórias pelo país:

Estetoscópio vira respirador para bebê

Em 2014, um médico no Amapá teve de transformar um estetoscópio, aparelho usado para auscultar pulmão e coração, em respirador para socorrer um bebê. A criança estava no respirador, mas precisava ser entubada. O bebê, no entanto, não suportou ficar fora do suporte e sem equipamentos no hospital para a ventilação não invasiva, o médico teria que fazer uma traqueostomia – procedimento cirúrgico.

Para evitar a intervenção, o médico teve de usar a criatividade: transformou um estetoscópio em respirador.

Sacos de lixo por falta de incubadora

Em 2015, uma equipe médica teve de enrolar bebês gêmeos que nasceram prematuros em sacos de lixo por falta de incubadora. Eles nasceram no interior do Maranhão e precisaram ser transferidos para a capital pela falta de estrutura, mas não havia equipamentos para manter o isolamento térmico e os médicos improvisaram com sacos de lixo para manter as crianças vivas.

Sem gerador, médicos usam celular para procedimentos em maternidade no Piauí

Em 2019, o gerador de uma maternidade no Piauí não funcionou e os médicos que atendiam tiveram que usar o celular como iluminação em procedimentos cirúrgicos.

Incubadora com recipiente plástico

No Amapá, em 2019, uma recém-nascida prematura foi mantida viva com a ajuda de uma incubadora improvisada com um recipiente de plástico. Ela era uma das quatro crianças que precisavam do equipamento, mas apenas uma no hospital estava funcionando.

Com isso, os médicos tiveram que improvisar para salvar as crianças e as colocaram em incubadoras improvisadas.

Máscara de oxigênio com garrafa PET

No Amazonas, em 2016, por falta de máscaras de oxigênio, médicos tiveram que usar garrafas PET. Os bebês nasceram com problemas respiratórios, mas não havia equipamento para o socorro das crianças no hospital.

Médicos usam celular como iluminação

Em 2019, o gerador de uma maternidade no Piauí não funcionou e os médicos que atendiam tiveram que usar o celular como iluminação em procedimentos cirúrgicos.

Crianças vítimas da falta de estrutura

Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), os casos são inúmeros e os relatados acima são apenas uma parte da realidade do atendimento infantil no país. O conselho aponta que a falta de leitos pediátricos é um dos maiores desafios para a saúde pública no país.

Em 2010, o país tinha 51,2 mil leitos de internação para crianças. Em 2013, o número caiu para 36,8 mil, representando uma perda de 28%. O CFM destaca que essa queda está na contramão da realidade do país, que vê um crescimento da população.

O levantamento é feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) com base no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), mantido pelo Ministério da Saúde, que considera todos os leitos de internação no país.

A perda de leitos infantis é três vezes maior que a média geral de perda de leitos, considerando todas as alas (de adulto a pediátrico), que foi de 8%. O presidente do CFM, o médico José Hiran Gallo, afirma que médicos estão expostos ao limite para salvar crianças pelo país e que a desestrutura precisa de uma resposta urgente com investimento.

"Nós não podemos tolerar em pleno 2024 cenas como essa. Com tanta tecnologia, barateamento dos equipamentos, esse tipo de cena deveria ser exceção e não regra. Nossos recursos não são só escassos, mas mal investidos, e isso reflete nas nossas crianças, que são o futuro do país."
— José Hiran Gallo, presidente do CFM.

O que diz o Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde informou que o país tem cinco mil leitos de UTI Neonatal habilitados. Disse ainda que, em 2023, investiu R$ 1 bilhão nesses leitos. Além disso, repassou recursos para a criação de 159 novos leitos de UTI neonatal, com investimento no valor de R$ 32 milhões.

A pasta informou ainda que apoia os estados, municípios e instituições nas melhorias das Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) do SUS por meio de convênios para questões estruturais, equipamentos, formação e capacitação para profissionais, projetos para desenvolvimento, entre outras ações.



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