A Delegacia de Homicídios investiga a morte de Richard Cruz, enquanto o hospital alega que o paciente atacou os profissionais, que tomaram "medidas de proteção" e que o óbito foi causado por ferimentos anteriores.
A mãe de Richard Ferreira da Cruz, de 20 anos, afirma que a morte do jovem ocorreu devido a agressões de um médico dentro do Hospital Municipal Lourenço Jorge, localizado na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Richard foi admitido no sábado (10) à noite com um ferimento de faca no pescoço, que, segundo sua mãe, já estava "estabilizado". Ela relatou que houve uma confusão e que um soco acertou o local ferido.
No domingo (11), o caso, inicialmente registrado pela 16ª DP (Barra da Tijuca), passou a ser investigado pela Delegacia de Homicídios.
O hospital informou, em nota, que Richard atacou os profissionais de saúde, que tiveram que adotar "medidas de proteção". De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a morte foi provocada por ferimentos prévios causados por uma "arma branca". A identidade do médico envolvido não foi divulgada.
"É importante destacar que o paciente se apresentava agitado e agressivo e, conforme o relato da equipe de plantão, ele atacou os profissionais de saúde, que precisaram adotar medidas de proteção até conseguir contê-lo e encaminhá-lo à sala vermelha. Devido ao intenso sangramento, o paciente não resistiu e, infelizmente, veio a óbito", diz a nota do hospital.
O que diz a mãe
Alessandra relatou que seu filho foi admitido na unidade após ser assaltado e receber uma facada no pescoço. Ela afirmou que, após receber atendimento, Richard estava no quarto quando a família recebeu uma ligação do hospital, no início da madrugada de domingo (11), informando que ele estava muito agitado.
Ela disse que foi ao hospital e explicou à equipe de plantão que Richard sofria de depressão e bipolaridade, e pediu para que ele fosse sedado. Nesse momento, segundo ela, ele levantou da cama e disse que queria ir embora.
Alessandra contou à polícia que uma enfermeira advertiu Richard para que ele permanecesse deitado. Em seguida, ela alegou que um médico gritou com seu filho de forma agressiva, dizendo que ele não podia se comportar daquela maneira.
De acordo com a mãe, Richard então se dirigiu ao médico, que teria agredido o jovem com chutes e socos, reabrindo a ferida da facada.
"Começou a dar golpes e pegou o meu filho duas vezes (...) Um deles [um soco] acertou em cheio a veia", relatou ela.
Alessandra afirmou que tentou impedir a agressão, mas foi ameaçada pelo médico. O paciente começou a sangrar e foi levado para a sala vermelha. Depois de ser retirada da sala, Alessandra foi à delegacia registrar a agressão. Quando retornou ao hospital algumas horas depois, foi informada de que seu filho havia falecido.
"Ele já estava estabilizado. Essas agressões todas foram a causa da morte do meu filho", afirmou Alessandra.
Nota da Secretaria Municipal de Saúde
"A direção do Hospital Municipal Lourenço Jorge (HMLJ) esclarece que, na noite deste sábado (10), por volta das 21h30, o paciente foi admitido na unidade trazido pelo Corpo de Bombeiros após sofrer uma lesão por arma branca com sangramento intenso.
É importante destacar que o paciente se apresentava agitado e agressivo e, conforme o relato da equipe de plantão, ele atacou os profissionais de saúde, que tiveram que adotar medidas de proteção até conseguir contê-lo e encaminhá-lo à sala vermelha. Devido ao intenso sangramento, o paciente não resistiu e, infelizmente, veio a óbito.
Como se trata de um caso de violência - ferimento por arma branca, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) e a situação foi comunicada à polícia para investigação."
